Justin Timberlake encerra Lollapalooza 2025 com show bom, mas sem frescor
A apresentação, apesar de bem executada, não conseguiu despertar o entusiasmo que marcou seus dias de auge como popstar queridinho da mídia
Justin Timberlake subiu ao palco no último dia da maratona de três dias do Lollapalooza Brasil como um dos nomes de peso da programação, mas não necessariamente como um grande headliner. Sua performance foi tecnicamente apurada e melhor recebida do que a de Shawn Mendes, que teve público fraco, mas ainda assim ficou longe de ser um show memorável. Com anos de estrada e uma carreira consolidada no pop e no R&B, Timberlake mostrou que ainda tem presença de palco e domínio vocal, mas ficou evidente que sua força no cenário atual já não é a mesma.
Esta foi a primeira passagem do cantor pelo Brasil desde 2017, quando se apresentou no Rock in Rio. Para este retorno, Justin optou por não autorizar a transmissão de seu show, decisão que já era esperada, visto que ele tomou a mesma atitude nas apresentações na Argentina e no Chile.
O show começou com a faixa "Mirrors", do álbum The 20/20 Experience, seguida do hit "Cry Me a River". A canção, lançada há mais de 20 anos, sempre foi associada ao término conturbado entre ele e Britney Spears. Durante a introdução, a música, em versão revisitada, parece incluir um "f*** you", algo que ele anteriormente disse sobre a ex-namorada no início da turnê, reacendendo debates sobre sua postura após as recentes polêmicas envolvendo seu nome e declarações dela.
Timberlake apostou em um repertório centrado no R&B, reforçado pelo apoio da sua banda Tennessee Kids, e trouxe no setlist clássicos como "LoveStoned / I Think She Knows", "My Love" e "Señorita". Uma faixa que cativou até os menos envolvidos com a performance foi "CAN'T STOP THE FEELING!", trilha do filme Minions. Também houve momentos de conexão com o público. O cantor assinou um autógrafo para uma fã na plateia e ficou bem emocionado em algumas interações.
A apresentação, contudo, pareceu carecer de um elemento essencial: frescor. Apesar da produção bem executada e do talento inegável dos músicos, as letras soaram datadas, e a energia não foi suficiente para transformar o show em um grande momento do festival. Essa recepção morna pode ser reflexo da mistura entre um cancelamento virtual que ainda paira sobre o nome de Justin Timberlake e um desencanto geral por um ex-boyband que já viveu dias mais gloriosos.
Nenhum dos headliners deste ano conseguiu lotar a área principal do Palco Budweiser como Olivia Rodrigo, e Timberlake não foi exceção. Seu show reforçou a impressão de que, apesar de um passado brilhante, o cantor luta para encontrar um novo espaço no cenário pop atual.
SETLIST:
01. Mirrors
02. Cry Me a River
03. No Angels
04. LoveStoned / I Think She Knows
05. Like I Love You / She Wants to Move
06. My Love
07. Sexy Ladies
08. Play
09. Señorita
10. Summer Love
11. Suit & Tie
12. Rock Your Body
13. CAN'T STOP THE FEELING!
14. Selfish
15. What Goes Around... Comes Around
16. Holy Grail (JAY‐Z cover)
17. TKO
18. Ayo Technology / Chop Me Up / Give It to Me / 4 Minutes / Let the Groove Get In
19. SexyBack
BIS:
20. Until the End of Time
+++ LEIA MAIS: O maior beneficiado pelo veto de Justin Timberlake à transmissão do show no Lolla
+++ LEIA MAIS: Ca7riel & Paco Amoroso faz show explosivo e conquista o público do Lollapalooza
+++ LEIA MAIS: Shawn Mendes faz bom show, mas deixa Lollapalloza sem muitas novidades
Rolling Stone Brasil
