Kaliningrado digitaliza obras do filósofo local Kant
Em um canto da Rússia que já foi alemão, está em andamento um ambicioso projeto para digitalizar centenas de livros raros e antigos.
"A principal missão das bibliotecas é preservar os livros", disse Ruslan Aksyonkin, especialista do centro de cultura e educação da Universidade Báltica, na cidade de Kaliningrado. "Um grande projeto está em andamento na Rússia com o objetivo de digitalizar todos os livros pré-Revolução (de 1917)."
Em Kaliningrado, um território espremido entre a Polônia e a Lituânia, na costa do Báltico e separada do resto da Rússia, serão digitalizados cerca de 450 livros que datam dos séculos 15 a 20, alguns mais acessíveis do que outros.
A peça central são os livros que pertenceram ao filósofo iluminista alemão Immanuel Kant, mais conhecido por sua "Crítica da Razão Pura", de 1781 -- um tratado inovador, mas denso, de 800 páginas sobre a relação entre conhecimento e experiência ou percepção.
Kant passou toda a sua vida, de 1724 a 1804, na então cidade prussiana de Königsberg, e o projeto faz parte das celebrações municipais do 300º aniversário de seu nascimento, no próximo ano.
Pouco da cidade que Kant viveu resta hoje, já que grande parte do centro histórico foi arrasado por ataques aéreos britânicos em 1944, na Segunda Guerra Mundial. Após a rendição da Alemanha, a cidade foi cedida à União Soviética e reassentada com os recém-chegados soviéticos, enquanto a sua população alemã foi expulsa.
Mesmo assim, a moderna Kaliningrado continua a gostar do seu mais famoso residente alemão, apesar da obscuridade das suas ideias.