Laurel Hubbard: a 1ª atleta trans a disputar uma Olimpíada
A neozelandesa competiu na categoria superpesada feminina do halterofilismo e fez história nos Jogos!
Na manhã da última segunda-feira (2), a neozelandesa Laurel Hubbard, de 43 anos, fez história ao ser a primeira atleta transgênero a disputar uma Olimpíada. Assim, mesmo não conquistando uma medalha olímpica na categoria superpesada feminina (acima de 87kg) do levantamento de peso, a atleta deixou sua marca em Tóquio!
De acordo com informações da CNN Brasil, Hubbard afirmou que, ao aceitar sua participação nos Jogos, o Comitê Olímpico Internacional (COI) mostrou às pessoas que o esporte é inclusivo, acessível e para todos. Além disso, ela também agradeceu a Federação Internacional de Halterofilismo, declarando, após a prova vencida pela chinesa Li Wenwen: "Eles têm sido extraordinariamente solidários. Acho que também mostraram que o levantamento de peso é uma atividade aberta a todas as pessoas do mundo".
Contudo, segundo informações do jornal O Globo, diante dos holofotes, a atleta, que iniciou a transição de gênero há quase uma década, quando tinha 35 anos, comentou em Tóquio que não se sente confortável em ser o centro das atenções e disse estar considerando se aposentar no esporte.
"Esse tipo de situação é sempre difícil para mim. Nunca me envolvi com o esporte buscando publicidade ou exposição. Embora eu reconheça que meu envolvimento com o esporte é um assunto de interesse considerável para alguns, de certo modo estou desejando que este seja o fim da minha jornada como atleta e da atenção que recebo por conta disso", Hubbard declarou ao jornal The New York Times
A presença de Hubbard nos Jogos levantou novamente o debate sobre pessoas transgênero no esporte. Isso porque alguns afirmam que a participação de atletas trans em competições pode trazer vantagens ou desvantagens. Desse modo, autoridades esportivas de todo o mundo ainda tentam entender como contemplar pessoas trans nas regras do esporte.
Em 2015, o COI emitiu novas diretrizes que permitem a participação de mulheres trans nos Jogos Olímpicos. As regras para a inclusão de atletas transexuais exigem que as mulheres apresentem níveis de testosterona abaixo de 10 nanomoles por litro de sangue por, no mínimo, 12 meses antes da primeira disputa. Além disso, atualmente, o COI orienta que os órgãos esportivos liberem pessoas trans em competições desde que os exames estejam de acordo com as diretrizes propostas; por sua vez, os homens trans não enfrentam restrições.
Hubbard não está sozinha!
Apesar da participação de Hubbard em Tóquio ter chamado a atenção, a halterofilista não está sozinha!
Também nesta edição dos Jogos, Quinn, jogadora canadense de futebol, e Alana Smith, skatista estadunidense, são as primeiras pessoas a se identificarem abertamente como não-binárias* e competirem nas Olimpíadas.
Contudo, apenas Quinn voltará para casa com medalha olímpica! Isso porque, com a seleção canadense, Quinn derrotou os Estados Unidos e se classificou para a final do futebol feminino em Tóquio, contra a Suécia. Dessa forma, mesmo que o Canadá não vença a disputa, que está marcada para sexta-feira (6), a medalha de prata já está garantida.
* Pessoa não-binária é alguém que não se identifica como homem e nem como mulher.