Maurício Kubrusly considerou eutanásia após diagnóstico de demência

Beatriz Goulart, esposa do jornalista Maurício Kubrusly, revelou em entrevista à revista Veja que o marido cogitou a possibilidade de eutanásia após receber o diagnóstico de demência fronto-temporal, uma condição neurodegenerativa sem cura.

Beatriz compartilhou que Kubrusly chegou a mencionar seguir o exemplo de Antonio Cicero, poeta e compositor que optou pela eutanásia em outubro após ser diagnosticado com Alzheimer.

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"Ele disse: 'Não tenho mais o que fazer aqui'. Eu o demovi da ideia. Não vou ficar viúva, não. Mas estou me preparando para o dia em que ele esquecer meu nome", contou Beatriz, emocionada. Ela revelou que os primeiros sinais da doença apareceram quando Kubrusly não conseguiu mais ler jornais e começou a enviar mensagens erradas pelo celular. Hoje, aos 79 anos, ele perdeu completamente a capacidade de falar.

O casal, junto há quase duas décadas, passou a viver sob o mesmo teto durante a pandemia, quando Kubrusly percebeu a gravidade de sua condição. "Maurício manteve por muito tempo a consciência do que estava acontecendo. É doloroso vê-lo perder a capacidade de leitura e fala. O que mais sinto falta é compartilhar com ele as descobertas sobre o mundo", disse Beatriz.

O diagnóstico trouxe mudanças profundas na dinâmica da relação. Beatriz relatou o impacto emocional e os ajustes na rotina para lidar com a progressão da doença. Apesar disso, ela permanece firme em seu papel de apoio e resistência, recusando-se a aceitar a ideia de eutanásia proposta pelo marido.

Maurício Kubrusly: Homenagem no Globoplay

A trajetória de Kubrusly será celebrada no documentário Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí, produzido pelo jornalismo da Globo. O filme, que estreou na 11ª Mostra de Cinema de Gostoso, no Rio Grande do Norte, em novembro, estará disponível no catálogo do Globoplay ainda este mês.

Famoso pelo quadro Me Leva Brasil, exibido no Fantástico nos anos 2000, Maurício Kubrusly deixou a TV Globo em 2019. Sua contribuição para o jornalismo brasileiro, marcada por sensibilidade e curiosidade, agora será relembrada em um registro emocionante de sua carreira e desafios pessoais.

Djenifer Henz - Supervisionada por Marcelo de Assis