Museu das Favelas terá nova sede no centro histórico de São Paulo
O Museu das Favelas, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela organização social de cultura IDG - Instituto de Desenvolvimento e Gestão, será transferido, em novembro, para a região do Pateo do Collegio, no centro histórico da capital paulista, reabrindo ao público com a exposição principal do museu.
A mudança estratégica do Museu das Favelas para um espaço de grande circulação e oferta de equipamentos culturais e turísticos busca fortalecer a promoção e preservação do patrimônio cultural das favelas e atender ao Projeto do Centro Administrativo do Governo, com a transferência de órgãos estaduais para a região do Campos Elíseos.
A partir desta segunda-feira (26), o Museu das Favelas fecha temporariamente para a entrega do prédio à Secretaria de Justiça e Cidadania. Até lá, segue com sua programação, com destaque para grandes eventos.
No último sábado (24), o Museu das Favelas foi palco de um grande encontro de empreendedorismo periférico, o Dia de Corre. Com uma programação diversificada, o evento contou com palestras, bate-papos, histórias inspiradoras, networking, oficinas e uma feira empreendedora.
O evento contou com a participação da empreendedora social Rachel Brasil, Sérgio All (Conta Black), Tiago Trindade (Digital Favel), a jornalista Semayat Oliveira, Kaique Brasileiro (Casa Soho), Eliane Dias (Boogie Week e Racionais MC´s), o MC e compositor Jupi77er, a estilista Day Molina e a artista multimídia Jup do Bairro.
Toda a programação será realizada em um grande encontro que ocupará diversos espaços do Museu, com transmissão online das palestras, pelo canal de YouTube, garantindo ampla participação e interação.
Já neste domingo (25), o último dia de operação do Museu das Favelas na região dos Campos Elíseos, aconteceu o Fórum Estadual de Mulheres no Hip Hop, com atividades diversas: oficinas culturais, rodas de conversa, feira com empreendedores, exposições, pocket shows e uma cerimônia de homenagem às mulheres que contribuem com a construção coletiva do Hip Hop.
Museu das Favelas: parcerias mantidas
Após este período, ainda em 2024, o Museu das Favelas manterá atividades extramuros em parceria com outras instituições culturais, além da continuidade das exposições itinerantes. A mostra Favela em Fluxo, que no último dia 1º teve abertura no Centro Cultural Solar Ferrão, em Salvador (BA), segue em cartaz até o dia 15 de setembro, e em seguida desembarca no Rio de Janeiro, com abertura em outubro, no Museu da Maré.
Outra itinerância é Favela é Giro, que tem sua abertura no dia 29 de agosto em Goiânia (GO), no Centro Cultural Octo Marques, em cartaz até 2 de outubro, quando segue para Vitória (BA). Ambas encerram a experiência na nova sede do Museu das Favelas.
Dentre outros destaques das ações a serem realizadas, estão as de formação do CORRE - Centro de Empreendedorismo, o ciclo de encontros de formação audiovisual Favela Inteligência Ancestral, e a abertura da exposição principal, de longa duração, que busca dialogar com as artes e estéticas das favelas, apresentando cinco espaços temáticos, ocupando todo o primeiro pavimento na nova sede.
"A mudança do Museu das Favelas para o Centro Histórico de São Paulo é um marco significativo. A nova localização não só fortalece a promoção e preservação do patrimônio cultural das favelas, mas também integra o museu ao coração cultural da cidade. Além disso, a transferência de órgãos estaduais para a região do Campos Elíseos reflete nosso compromisso com a revitalização urbana e a descentralização administrativa, beneficiando a população com maior acesso a serviços e à cultura", pontuou Marília Marton, secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.
A mudança "é um importante movimento no sentido de facilitar o acesso da população ao equipamento cultural, além de fortalecer e amplificar tudo o que é produzido pelo Museu, fazendo com que a programação atinja cada vez mais pessoas", afirma o Ricardo Piquet, Diretor-Geral do IDG.
Para Natália Cunha, diretora do Museu das Favelas: "O Museu passa a compor um grande complexo cultural e oportunamente vai se posicionar como um espaço referência nas artes produzidas nas favelas", destaca.