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89% dos músicos tiveram perdas decorrentes da pandemia em 2021, diz UBC  

11 jan 2022 - 19h05
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Pelo segundo ano consecutivo, a União Brasileira de Compositores (UBC) e o cRio, o think tank da ESPM realizaram a pesquisa Músicos/as & Pandemia. O levantamento traz um diagnóstico atualizado de como a pandemia de Covid-19 afetou o mercado musical no Brasil.

E, assim como em 2020, o cenário do último ano aponta para uma crise continuada.

A pesquisa ouviu 611 músicos e 37 empresas ligadas ao setor. Entre os artistas, 89% afirmaram que passaram a ganhar menos dinheiro na durante a pandemia. O dado representa um aumento em relação a 2020, quando 86% alegaram terem sofrido perdas. A apuração tem margem de erro de cinco pontos e ouviu representantes de todos os estados brasileiros.

Foto: PVProductions / The Music Journal

O perfil dos profissionais ouvidos, condizente com a média nacional no mercado da música, é majoritariamente de homens (84%), de 31 a 50 anos (57%) e com ensino médio (32%) ou superior (27%). Autores, instrumentistas, cantores e produtores são os profissionais mais comuns da cadeia produtiva, e a faixa de renda mínima que eles disseram necessitar para se manter varia entre R$ 2 mil (18%) e R$ 3 mil (18%).

No entanto, 19% afirmaram precisar arrecadar mais de R$ 5 mil mensalmente. Entre todos os entrevistados, 46% trabalham unicamente com a música.

Sandra Sanches, diretora do cRio ESPM, destaca a importância do estudo para as questões que envolvem o setor musical brasileiro, um dos mais importantes da economia criativa: "Os dados da pesquisa mostram que a pandemia criou inúmeros desafios para o crescimento do país e reforçam a necessidade de se pensar em soluções para a área", diz Sanches. "O cRio ESPM, em parceria com a UBC, tem promovido diversos debates para contribuir com o desenvolvimento da atividade socioeconômica do Rio de Janeiro."

50% dos profissionais perderam 100% do que ganhavam com a música

Outro dado que chama a atenção é a proporção de artistas que tiveram suas receitas totalmente interrompidas. O levantamento aponta que preocupantes 50% dos profissionais perderam 100% do que ganhavam com música antes da pandemia, enquanto 25% dos entrevistados perderam até 80% e os 25% restantes tiveram queda de até 50% dos rendimentos.

O levantamento traz ainda informações de como a pandemia forçou artistas que antes se dedicavam exclusivamente à música a buscarem outras fontes de renda. Se 46% seguem com renda totalmente proveniente da música, 18% afirmaram que começaram a procurar outras atividades por causa da pandemia, enquanto 35% afirmaram que já tinham outros trabalhos anteriormente.

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