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A origem do "feeling" de David Gilmour na guitarra, segundo o próprio

Músico do Pink Floyd admite que tentou seguir por outro caminho no instrumento, mas não conseguiu — e ainda bem que aconteceu dessa forma

26 nov 2024 - 11h52
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Foto: David Gilmour, guitarrista do Pink Floyd ( Francesco Prandoni / Getty Images) / Rolling Stone Brasil

Quando usada no contexto da música, a expressão "feeling" busca expressar justamente o seu significado na tradução: artistas que conseguem evidenciar sentimentos em suas performances. E no campo da guitarra, poucos são tão reconhecidos por tal predicado como David Gilmour.

Muitos tentam imitar, mas praticamente ninguém consegue emular por completo a forma de tocar do guitarrista do Pink Floyd. Não há equipamento capaz de reproduzir: é algo que está nas próprias mãos e, claro, no raciocínio musical.

Em entrevista a Rick Beato (via Guitar World), Gilmour tentou buscar uma explicação para seu estilo. Segundo ele, a origem está no fato de que ele nunca foi um guitarrista veloz. Embora tenha trabalhado bastante no início para se tornar mais ágil, suas inspirações artísticas o mantiveram em outra seara.

"Quando mais jovem, houve um tempo onde pensei que conseguiria ficar mais veloz se praticasse o suficiente, mas isso nunca aconteceu. Algumas das influências em mim, como The Shadows [banda instrumental que também tocava com Cliff Richard], consistiam apenas em tocar a música. Acho que venho daí: estou apenas tocando a música. Mas é claro que quando você está com uma parede de som no palco, com 150 decibéis, as músicas mudam um pouco."
David Gilmour
David Gilmour
Foto: Gregorio Borgia / AP / Rolling Stone Brasil

Técnicas de David Gilmour na guitarra

Não quer dizer, porém, que David Gilmour não tenha se aprimorado na guitarra. Ainda que não seja um "fritador", o músico do Pink Floyd desenvolveu caprichosamente seu repertório de técnicas como o uso de vibrato (usar o dedo no braço do instrumento para fazer pequenas elevações como se "vibrasse" a corda) e bend (levantar ou abaixar a corda até chegar a uma nota diferente), além de dominar a alavanca.

Especificamente a respeito do vibrato, Gilmour declara que não trabalhou de forma consciente nessa habilidade: surgiu de forma natural. Já com relação à alavanca, ele explica o raciocínio: trabalhar com os dedos no braço do instrumento de modo cooperativo com ela, como se fossem uma coisa só.

Ainda assim, o próprio aponta uma falha em seu modo de tocar. Ele reconhece que, às vezes, se excede no tempo e faz solos um pouco longos.

"Estou seguindo por muito tempo, hora de parar. Só toco até pensar: 'oh, talvez a gente termine agora'. Muitos dos solos têm uma deixa musical, a banda sabe que os próximos compassos serão os últimos."

Os fãs puderam desfrutar de tudo isso nos últimos meses com o lançamento do álbum mais recente de Gilmour, Luck and Strange, e uma curta série de shows na Europa e América do Norte, já concluída. Ainda não se sabe se o guitarrista realizará novas apresentações em 2025.

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