Advogado gaúcho concorre em campeonato mundial de covers de Elvis
Tem tanto imitador de Elvis Presley por aí que é difícil se destacar. Basta uma rápida pesquisa na internet para conferir dezenas de brasileiros, com o cabelo lambido e costeletas, levando a sério a carreira de cantar como o astro americano morto em 1977. O advogado gaúcho Diogo Leichtweis, 32 anos, no entanto, pode se orgulhar: vai concorrer nos próximos dias ao título de melhor artista de tributo de Elvis, nos Estados Unidos, depois de vencer brasileiros em uma etapa do concurso em São Paulo.
O Ultimate Elvis Artist Tribute Contest acontece no próximo dia 14 em Memphis, no Estado do Tennessee, cidade onde o artista viveu. O candidato que simular melhor a voz, trejeitos e o carisma do astro levará para casa US$ 20 mil, um cinto e o reconhecimento de ter sido considerado o melhor ETA (sim, existe uma sigla para artistas que fazem tributos de Elvis Presley).
Vencedor do primeiro concurso oficial realizado na América Latina, Diogo não encara a vida de cover de Elvis profissionalmente. É um hobby, diz ele. Mas também não leva o passatempo com desleixo. Veste nas apresentações "réplicas oficiais" de roupas do ídolo.
"Comecei a ter esse hobby (de imitar o ídolo) em 2005, quando foi minha primeira visita à casa do Elvis e eu decidi importar uma réplica de um traje de show dele. Eu fui o primeiro brasileiro a ter uma réplica oficial de um traje do show do Elvis. Quando recebi a réplica encomendada, decidi fazer um show com ele e desde então tenho feito nas horas vagas", conta.
Os cinco trajes de Diogo são réplicas da fase dos anos 70, quando Elvis fez um número maior de shows. As gravações do cantor com roupas brancas e brilhantes são mais inspiradoras para os covers, pela quantidade de referências em vídeos - o que ajuda na imitação da performance de palco. "São todas da fase dos anos 70, quando o Elvis fez mais shows. É onde se tem material. Ele fez mais de 1,1 mil shows nos anos 70 e quase todos com lotação esgotada. É a fase de maior sucesso do Elvis", explica.
A paixão pelo ídolo vem da infância, passada pelo pai, tios e irmão. "Na verdade, sou fã do Elvis desde pequeno, escuto os discos do Elvis desde criança, e ele, na minha opinião, é o maior artistas dos nossos tempos modernos, foi o primeiro grande popstar do planeta, primeiro artista consagrado mundialmente. Sempre cantei desde criança as músicas do Elvis e essa questão surgiu meio que naturalmente na minha vida", diz.
Para guardar tudo que coleciona do ídolo, Diogo construiu uma sala inspirada em um cômodo da famosa casa de Elvis, a Graceland. "Tenho um ticket do concerto do Elvis de 77, um ticket original, tenho muitos LPs, tenho duas roupas sempre a mostra, em manequins, replicas de violão dele, mesmo modelo da guitarra do guitarrista solo", diz, sem revelar o valor de nada. Casado e pai de uma filha de 1 ano e 7 meses, Diogo diz que a família não se preocupa com os investimentos. "Todo mundo sabe que é um hobby".
Diogo terá uma agenda cheia em Memphis. Além da Copa do Mundo dos covers, participará de uma espécie de segunda divisão de imitadores e fará outras duas apresentações, sendo uma delas no Hard Rock Café. Independente do resultado, a experiência será única para o fã. Os eventos ocorrem durante a Elvis Week, que lembra a semana em que Elvis morreu. Comparecem amigos do astro, como o guitarrista B.B King e o músico Jerry Lee Lewis, além de importantes imitadores.