Atabagrime: Como Puterrier vem revolucionando a música misturando gêneros
Se você consome Funk e tá ligado nas novas tendências que o Hip Hop vem trazendo nos últimos anos, com certeza já ouviu falar dele. Puterrier é cria da Zona Norte do Rio de Janeiro e viralizou no TikTok no último ano, se destacando como um artista versátil e de muito impacto.
O hit "Putaria 2000" foi trend oficial nos vídeos curtos. "Marolento" com feat de Borges, reúne atualmente mais de 19 milhões de streamings.
O artista ganhou destaque a partir do Brasil Grime Show, e como um clique nas ideias, teve a ideia de misturar o funk do Rio com o grime, se tornando o precursor do Atabagrime.
"A ideia de misturar funk com grime veio num momento muito crucial da minha vida, onde eu fiz uma pausa pra me entender enquanto artista. Nessa época eu ia muito pra baile funk e também conheci o Brasil Grime Show, foi quando eu pensei 'por que não unir o funk carioca com grime?'.
Já existiam outros artistas da cena que faziam isso como o Vandal, SD9, eu escutava muito o som deles, mas percebi que botavam mais o grime, que é a música eletrônica, do que o funk, e eu fiz ao contrário, botei 80% de funk e 20% de grime, isso é o que o Febem faz com o funk paulista, já eu faço o atabagrime, que é o atabaque do Rio com o grime." Explica Puterrier.
Apesar dos números satisfatórios, o artista explica que teve trabalho para inserir o novo gênero musical no mercado, conta que utiliza diversas estratégias para conquistar o público e ter uma boa recepção dos fãs a cada show e lançamento.
"No início senti que o público teve uma relutância, acredito que por ser um ritmo novo, um bagulho diferente, é muito acelerado. Fui colocando mais funk e consegui ir conquistando aos poucos os fãs do Atabagrime.
Até hoje no show, em algumas músicas menos conhecidas, vejo que tem algumas pessoas que olham um pouco assustadas e entendo porque é muita batida, mas aí conquisto o público de outras formas, coloquei recentemente um sample de "Crazy in Love", da Beyoncé, e a rapaziada adorou, geral se solta quando toca essa e estou preparando alguns elementos da cultura carioca pra levar pro palco também, encontro essas saídas para as pessoas se identificarem não apenas com a sonoridade, mas com a minha pessoa e com o conceito que eu quero transmitir.
A partir dessa perspectiva de criação, Puterrier embala nos lançamentos e em uma bateria forte de shows, quebrando tudo nos rolés de funk, se tornando aquela carta coringa pros produtores de evento mais voltados pro Hip Hop. O cara joga nas duas, não tem jeito.