Billie Holiday, a maior das divas, faria 100 anos hoje
Centenário da cantora que inspirou gerações, de Janis Joplin a Amy Whinehouse, relembra importância de sua obra para a música
Algumas coisas são incontestáveis na música. Uma delas é o talento de Billie Holiday, uma das maiores vozes do jazz, que nesta terça-feira (7) faria 100 anos de idade. Foi aos 44 que Eleanora Fagan (seu nome de batismo) perdeu a vida em decorrência de uma cirrose. Seu legado, porém, continua mais vivo do que nunca, e as "divas" que hoje conhecemos continuam se inspirando em Lady Day, apelido que Holiday ganhou de seu parceiro Lester Young.
Veja por que ela foi e continua sendo um dos maiores ícones da música:
1. Ela revolucionou a maneira de cantar
É importante lembrar que Billie não era só sofisticada musicalmente, mas mudou a maneira como o vocalista era visto em cima do palco. Quando cantava, era quase uma experiência hipnótica, a plateia entrava em um silêncio sepulcral. E tudo o que ela precisava era de um microfone e uma flor branca encaixada na orelha.
2. Seu timing era impecável
Holiday manipulava a melodia, alternava sua força e fragilidade a cada nota, e ainda fazia tudo isso parecer fácil. "Eu não penso que estou cantando. Sinto que estou tocando uma corneta. Tento improvisar como Les Young, Louis Armstrong ou alguém que admiro. Eu odeio cantar certinho. Preciso mudar o tom para o meu jeito de cantar. Isso é tudo o que sei", dizia Billie, que ainda comparava a experiência de cantar com uma simples refeição de pato laqueado, um de seus pratos favoritos.
3. Ela sentia cada nota
A história de vida de Billie era proprocional às emoções que ela colocava em suas performances. Deixada por diversas vezes na infância com parentes e amigos da mãe - e abandonada pelo pai -, ela começou a trabalhar aos seis anos. Aos 10, sofreu uma tentativa de estupro e, no ano seguinte, seguiu o exemplo da mãe e passou a se prostituir, até ser detida pela polícia. A vida noturna rendeu pelo menos um bom fruto, o contato com a música. Mas as cicatrizes emocionais faziam com que suas músicas mostrassem sua vulnerabilidade sem disfarces.
4. Billie foi uma porta-voz contra o racismo
Após cantar em pequenos clubes do Harlem, em Nova York, Holiday gravou seu primeiro disco em 1935, aos 20 anos. Mas mesmo depois de ter seu talento reconhecido por músicas, gravadoras e casas de shows, ela ainda sofria discriminação racial e era obrigada a usar elevadores de serviço, entrar em seus shows pelas portas dos fundos... E foi motivada por esse mesmo racismo que cantou um de seus maiores sucessos, Strange Fruit.
5. Seu legado é cheio de pérolas
Strange Fruit, que se tornou uma verdadeira assinatura da artista, foi considerada uma das canções mais corajosas do século, por falar de forma tão sensível sobre a injustiças sofridas pela população negra nos Estados Unidos. Depois interpretada por Nina Simone, outra grande voz influenciada por Holiday, a faixa foi um dos 38 singles lançados pela cantora e é um dos destaques de seu repertório. A lista de composições interpretadas por ela ainda inclui as icônicas You've Changed, Yesterdays e Lover Man. Além disso, suas composições Don't Explain, Somebody's On My Mind e God Bless The Child provaram seu talento para escrever o que mais tarde ganharia sua voz inigualável.
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