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Brisa Flow fala sobre presença em festivais nos últimos anos: 'Resultado de muito trabalho'

A artista falou sobre a primeira turnê internacional da carreira, presença em festivais e projetos futuros

20 dez 2024 - 16h35
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Foto: Brisa Flow ( @tonsdefoto) / Rolling Stone Brasil

Brisa de La Cordillera, mais conhecida como Brisa Flow é uma das artistas mais interessantes dos últimos tempos. Sem medo de arriscar musicalmente, ela brinca com rap, cantos ancestrais, jazz, beats eletrônicos e neo-soul e faz disso sua arte. Em 2022, lançou Janequeo, terceiro álbum de estúdio e que deu origem a turnê Abya Yalaem Trânsito — primeira da artista a passear pelo mundo.

Com presença cada vez mais requisitada, ela já se apresentou no Lollapalooza, Rock in Rio, Burning Man e, mais recentemente, no Psica. A artista falou com a Rolling Stone Brasil alguns dias antes do festival paraense e classificou o evento como "uma forma bem linda de encerrar o ano" depois de uma série de apresentações.

Foto: @tonsdefoto / Rolling Stone Brasil

"Eu falo que o show é um grande ritual de hipnose, de chamar as pessoas para o seu portal," explica a artista sobre a maneira como vê esse tipo de apresentação. "Então a gente meio que abre o portal e depois fecha e durante isso, várias pessoas entram e saem do festival. Tem gente que entra no meio do show, que chega no final. Isso é uma responsa de poder apresentar meu trabalho e, ao mesmo tempo, de buscar excelência em cada segundo, que é o que eu procuro."

O festival encerrou a agenda da artista neste ano, e como é característico das suas apresentações, ela prepara algo especial para cada show. "Sempre trago coisas improvisadas, minha característica do freestyle é bem essa." Para o festival, ela levou uma versão especial da faixa "Camburi," por exemplo.

O fato de estar cada vez mais presente no line-up de festivais é, para Brisa, a colheita de um trabalho que vem sendo feito há anos. "A música sempre existiu na minha vida. Para lidar com o racismo e xenofobia eu tive sempre que ser excelente no que eu faço. E sendo mulher também. Então, eu sou uma gata que começou a gosta de música através de festivais."

Ela relembra uma gravação que assistiu durante toda a vida do festival chileno Viña Del Mar, feita por seus pais para lembrar do Chile e da luta indígena. Esse tipo de performance afetou diretamente a artista que Brisa se tornou. 

Estar nesses espaços é resultado de muito trabalho. Comecei abrindo o Lollapalooza meio-dia para hoje poder tocar no Psica meia-noite. 

Rap é compromisso - e ancestralidade também

Além de rapper, Brisa é uma representante do movimento indígena. Para ela, o hip hop foi uma escola e - crescendo longe da cultura originária, que ela absorveu através dos saberes de seus familiares — isso foi um aprendizado que hoje ela vê como uma responsabilidade.

"O hip hop conseguiu abrir portas para outros gêneros," reflete a artista, que não nega que o caminho ainda tem que ser sedimentado, e ressalta, por exemplo, a importância de centros culturais periféricos. "Para que pessoas como eu possam chegar nos festivais," diz a artista.

Foto: @tonsdefoto / Rolling Stone Brasil

Novos projetos

Apesar de não se ater a datas de maneira rigorosa, Brisa Flow gosta de lançar um álbum a cada dois anos. "É o ritmo da minha carreira," explica. Apesar de não ter lançado um disco neste ano, quando Janequeo completou dois anos, ela fez sua primeira turnê internacional. "Foi o Janequeo versão banda, e vamos materializar isso. Temos três músicas gravadas dessas que foram rodadas em festival, são a 'Camburi,' 'Cerquita' e 'Violeta Se Fue.' Vão sair agora em 2025."

Ela também lançará uma música chamada "Rosas Brancas," produzida por Léo Grijó, conhecido pelo trabalho como parte do duo Stereodubs. "É um cara que tem umas produções muito incríveis e eu sonho com isso desde que eu cheguei em São Paulo."

Janequeo ganha o mundo

O nome Janequeo é uma homenagem à indígena do povo Mapuche-Pehuenche que, como explica a artista, "foi uma grande negociadora para poder ser uma guerreira na guerra de Wallmapu e eu coloquei esse nome no disco porque eu acredito que na indústria musical eu precisava ser uma 'jogadora rara,' como eu canto." No projeto ela explorou gêneros como o drill e o house e tratou de questões caras à ela, sem deixar de lado a alegria.

A turnê internacional começou pelo Chile — país de origem dos pais da rapper — em um local importante para a cultura hip hop, o Patio Socrates, em Valparaíso. "Depois passei por outros palcos clássicos e tive um espaço transcultural em Concepción." Ela revela que além dos shows, criou pontes e estabeleceu laços. Para o próximo ano, Brisa pretendes seguir levando a turnê pela Abya Yala, a terra fértil. 

Foto: @tonsdefoto / Rolling Stone Brasil
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