Cidadão Instigado lança novo disco; leia a entrevista
Músico respeitado no cenário nacional e requisitado em diversos projetos, o cearense Fernando Catatau - que já tocou com Vanessa Da Matta, Zeca Baleiro, Los Hermanos e Nação Zumbi - bate o pé na hora de conciliar tantos projetos: "Minha prioridade é o Cidadão Instigado". Lançando seu terceiro disco, o grupo, que ainda conta Regis Damasceno (guitarra e vocais), Rian Batista (baixo e vocais), Clayton Martin (bateria e programações), Dustan Gallas (teclado e vocais) e Kalil Alaia (efeitos), segue em sua empreitada independente no álbum UHUUU!.
No disco, o Cidadão Instigado contou com dois "extras" nas gravações: a participação de nomes como Arnaldo Antunes e Edgar Scandurra e o dinheiro recebido do Prêmio Pixinguinha, um patrocínio cedido pela Funarte. "É muito dinheiro que envolve pra você gravar com a qualidade boa e do jeito que a gente pensa. Pelo menos da forma que eu imagino que deve ser captado, não é barato", conta.
Convivendo com as dificuldades do meio independente, Catatau afirma que é complicado o cenário brasileiro. "É um assunto muito doido hoje em dia. Temos a facilidade por causa da internet, mas outras ficam mais difíceis. É tanta quantidade que acabamos ficando meio confusos. Sempre estive no meio independente e o mais importante pra gente é fazer show e gravar disco", explica.
Com o novo repertório, o Cidadão Instigado faz o show de lançamento oficial de UHUUU! em São Paulo no dia 10 de outubro, no Sesc Pompéia, às 21h.
Confira a entrevista com Fernando Catatau:
Você estava nos Estados Unidos tocando com o Otto. Como foi a viagem? Fica difícil conciliar tantos projetos?
Foi massa. Funciona bem. A maioria dos trabalhos que participo é independente. Quando rola um conflito na agenda eu dou prioridade ao Cidadão, que é minha banda e tenho que me adequar a isso.
Como foi a gravação do disco?
Começamos a gravar em setembro nós mesmos. Tivemos problemas em um gravador e perdemos quase tudo, mas conseguimos recuperar algumas bases de baixo de bateria de algumas músicas. Depois continuamos quando conseguimos nos organizar com a verba do Prêmio Pixinguinha. Antes estávamos fazendo tudo do nosso bolso.
De onde surgiu a ideia do nome do disco e a arte?
Chamei o Renan Costa Lima que sempre fez nossas artes e o convidei também para este disco. Também chamei o Marcelão, um amigo nosso de Fortaleza, que mora em Nova York e é fotógrafo de moda. Foi uma coisa natural mesmo trabalhar com eles. O nome veio porque tinha muito a ver com toda a história, sonoridade e o que tava rolando com a gente.
O álbum também conta com participações do Edgar Scandurra, Arnaldo Antunes e outros. Como foram os convites?
O Arnaldo Antunes eu conheci ele mesmo faz pouco tempo quando produzi o último disco dele. Tanto ele como o Edgar nos envolvemos nestes projetos juntos. Como eu produzi o disco dele, acabamos ficando mais próximos. As músicas pediam um lance que nenhum de nós tinha para oferecer e acabei os chamando para participar.
O Cidadão já é um dos nomes "consolidados" do cenário independente. Como é fazer música sem muito apoio no Brasil?
É um assunto muito doido hoje em dia. Temos a facilidade por causa da internet, mas outras ficam mais difíceis. É tanta quantidade que acabamos ficando meio confusos. Sempre estive no meio independente e o mais importante pra gente é fazer show e gravar disco. Neste álbum, sem o lance do Pixinguinha seria bem mais complicado. É muito dinheiro que envolve pra você gravar com a qualidade boa e do jeito que a gente pensa. Pelo menos da forma que eu imagino que deve ser captado, não é barato. Conseguimos gravar um disco decentemente e pagando todo mundo direitinho e de forma organizada.