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Com brilho de pedra preciosa e força da mulher que luta pelo sonho, conheça Ruby que lançou seu primeiro disco

A pedra preciosa Rubi é conhecida por trazer proteção e boa sorte. Na música, a força que representa essa joia...

5 abr 2024 - 15h03
(atualizado às 15h51)
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A pedra preciosa Rubi é conhecida por trazer proteção e boa sorte. Na música, a força que representa essa joia talvez seja o que reflete no surgimento de uma artista que desponta para também empoderar outras mulheres. Estamos falando de Ruby, cantora que lançou, nesta sexta-feira (5), o primeiro disco da carreira.

Foto: Divulgação. / Banda B

Não à toa, o nome do primeiro disco de Ruby se chama Atitude. Realmente é preciso muito desse comportamento para conseguir lutar por um lugar ao sol no mundo insano e exigente da música. Mas, ao que tudo indica, força é o que ela mais tem. 

"Eu acredito que esse é o melhor feedback que eu posso receber, porque foi exatamente a intenção por trás do nome, da escolha do nome do álbum". 

Cantora e compositora nascida em Belo Horizonte, Minas Gerais, Ruby canta desde os três anos. Mas ela sabe que, enquanto mulher, preta e com origens que fogem do "padrão" estabelecido por uma sociedade que se recusa a andar para frente, tem muito a dizer. 

"É uma via de mão dupla. Eu conquisto este espaço para dar voz, mas também para ser ouvida. Ruby tem essa associação com a pedra preciosa, que também faz parte da região que eu venho que é conhecida pelo solo fértil, mas a inspiração foi na Ruby Bridges, primeira criança negra a frequentar uma segregacionista, nos Estados Unidos. Quando me conectei com a história da Ruby eu estava passando por um processo de transição capilar, e outras questões também que envolvem a raça, o racismo estruturalmente no nosso país". 

Foto: Divulgação. / Banda B

Ruby contou que começou a estudar muito sobre as figuras que têm representatividade, porque cresceu com a sensação de desfalque, de olhar e não se enxergar nos lugares e ter essa distinção. 

"A gente tem nomes como Beyoncé, Rihanna, que são algumas exceções de cantoras que fizeram parte do crescimento de várias meninas pretas, mas dentro do nosso país mesmo a gente tem poucas representantes. Temos Alcione, várias com nome, mas dentro do mercado se você for olhar em comparação com homens é minúsculo. É uma luta diária para conseguir espaço, não só como cantora, compositora, em várias áreas do entretenimento. E trazer uma mensagem que vai além de entreter. Mensagens, pensamentos e questionamentos que fazem a gente evoluir de alguma forma para as pessoas terem mais espaço, para que sejam acolhidas, porque a gente pode falar, mas a atenção é um fator principal que vai determinar se aquilo que a gente está falando está sendo absorvido". 

O disco, o primeiro de sua carreira, vem também com a responsabilidade de ser um canal de mensagem.

"Esse álbum é nessa tentativa de ser para essas outras meninas que estão na faixa etária que eu tinha quando eu cresci e tentava me encontrar e me encaixar, para elas terem também essa referência e saberem que elas também podem. Que elas podem se expressar através da arte, da música, da dança, e também de pensamentos. A gente precisa ter possibilidades, porque quanto maior as possibilidades mais diversidade a gente consegue trazer para a vida e a gente consegue mais feliz quando a gente tem espaço para ser a gente mesmo […]. É para mostrar para as meninas que além de sonhar elas precisam agir, ir ao encontro daquilo que elas querem, lutar para poder realmente alcançar o que desejam. É um processo que reflete muito todo o processo de construção do álbum". 

Foto: Divulgação. / Banda B

Influências e inspirações

As influências musicais de Ruby vão desde o jazz, R&B, hip-hop, black music de cantoras como Nina Simone, Erykah Badu, Lauryn Hill, até Beyoncé e Rihanna. Isso a faz caminhar por uma estrada um tanto quanto "solitária", rumando distante do que mais se vende atualmente, que é o popular, como o sertanejo. 

Mas Ruby disse que se desafiar e lutar pelo que acredita também faz parte da "atitude" que quer mostrar com seu trabalho. 

"Acredito que é muito difícil para o artista ir de encontro com o que já acontece, com o que já movimenta, principalmente quando se trata de indústria, porque ele precisa vender para poder produzir. Todo o trabalho é muito custoso. É um meio termo que a gente tem que encontrar em certo momento […]. Eu queria muito poder explorar estilos que são nossos, que fazem parte da nossa cultura, mas que a galera ainda não está explorando por aqui […]. Decidi começar com o afrobeat, para chegar com um que está mais próximo e que dá para mesclar com o funk, que é um estilo que a gente tem mais familiaridade, e aí eu fiz essa fusão. Trouxe também o Rincon Sapiência, que é de São Paulo e que já traz o afrobeat dentro do trabalho dele, o IZRRA do Rio, o Baco compondo comigo ali da Bahia. Eu consegui fazer esse caminho de percorrer vários lugares, mas em um único trabalho". 

Com 11 músicas inéditas, o álbum traz um conceito mais urbano que, como detalhou a cantora, mistura sons para mostrar quem ela é. Pensar sobre estas 11 músicas foi um desafio.

"Tem uma diversidade de produtores grande dentro do álbum e essa era uma das preocupações sobre como isso iria soar de forma uniforme. Escutando, conseguimos achar uma veia de som que se conectasse, porque ele tem uma sonoridade mais urbana, transita em estilos que conversam muito entre si que é o funk, o afrobeat. Também tem o pagodão baiano, que é um estilo que predomina no nordeste e eu queria trazer também, porque eu queria poder, mesmo sendo de Minas, transitar em vários estilos que conversam com o país e fazer as pessoas entenderem que música é música. Existem artistas que gostam de representar um estilo musical, mas eu tenho uma percepção musical que gosto muito de transitar nos estilos e fazer música, o principal é se a música é boa, se consegue me tocar de alguma forma". 

A artista ainda participou de todos os processos envolvidos no projeto. Para fazer com que a mistura de ideias e conceitos funcionasse, trouxe gente grande: o produtor americano Obie Bryan, que produziu grandes nomes da música internacional, como Bon Jovi.

"A forma que eu encontrei para fazer essa unidade foi trazer a masterização do álbum pelo Obie Bryan, que masterizou e conseguiu fazer essa junção, pegar todos os produtores e colocar uma roupagem onde você consegue sentir a ligação de uma com a outra". 

"Grande aposta"

Lendo reportagens já publicadas sobre a cantora, mais de uma vez ela foi descrita como uma "grande aposta" da música atual. À Banda B, Ruby disse que isso acaba sendo uma responsabilidade a mais, sim, mas que tenta levar como combustível.

"Sou uma pessoa muito dedicada e essa dedicação com meu trabalho é o que vai ser o diferencial ao longo do processo. É uma pressão não só das pessoas que trabalham comigo, mas também da família, de amigos. Todo mundo tem uma expectativa muito grande de ver a coisa acontecendo. Mas acredito que talvez por que já me conheçam e tenham o entendimento que eu posso entregar, que eles sintam o desejo de que outras pessoas se conectem com essa verdade. Então eu tento usar essa expectativa como combustível para eu ir além, e é sempre uma porta. Toda música é uma porta, porque a gente não sabe como o público vai reagir, e o Brasil é muito grande, então a gente tem que explorar e estar presente […]. Acredito que esse álbum tem uma grande chance de ser o que vai me revelar para o Brasil e fazer com que as pessoas me conheçam". 

Foto: Divulgação. / Banda B

Acreditar e lutar… sempre!

Como as facetas de uma pedra preciosa, Ruby mostra nesse álbum sua verdade, toda a sua pluralidade musical e também sua visão social, demonstrando o poder da mulher negra através de sua arte. Essa, inclusive, é a mensagem do disco.

"Para a gente conquistar tudo que a gente quer, a vida vai sempre requerer da gente uma atitude. E aí basta a gente decidir se vai ser uma atitude passiva ou progressista, onde a gente está sempre buscando alcançar um lugar diferente. Gostaria muito que as pessoas se conectassem com essas músicas de uma forma em que elas melhorassem o dia de alguma forma. O fator principal de eu fazer música é enxergar em outras pessoas essa energia que a música é capaz de fazer para a gente. Quero sempre ser uma ponte para as pessoas estarem melhores de uma forma".

Banda B
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