Conheça a história do rock nacional dos anos 80
A história do rock nacional dos anos 80 é, sobretudo, uma das mais ricas e importantes da nossa cultura. Chamado também de BRock, essa cena dialoga diretamente com um contexto histórico efervescente. Chegando aos 40 anos, algumas perguntas se mostram relevantes: O que faz do nosso BRock tão especial? Quais suas influências? Que artistas se […] The post Conheça a história do rock nacional dos anos 80 appeared first on Cifra Club.
A história do rock nacional dos anos 80 é, sobretudo, uma das mais ricas e importantes da nossa cultura. Chamado também de BRock, essa cena dialoga diretamente com um contexto histórico efervescente.
Chegando aos 40 anos, algumas perguntas se mostram relevantes: O que faz do nosso BRock tão especial? Quais suas influências? Que artistas se destacavam? Quem começou toda essa história? É sobre isso que te conto a seguir, vem comigo!
O marco inicial da história do rock nacional dos anos 80
Chamada de "década perdida" devido às crises no setor econômico, culturalmente falando, os anos 80 são considerados de ouro.
Afinal, o BRock protagonizou a cena musical e refletiu de forma direta a ansiedade, o caos e a chama da juventude em busca de mudanças.
O início da história do rock nacional dos anos 80 pode ser atribuído ao single Perdidos na Selva. A canção da banda Gang 90 e as Absurdettes explodiu em 1981. Confira abaixo:
Contudo, há aqueles que atribuem ao seminal grupo carioca Blitz o status de pioneirismo do rock brasileiro oitentista.
Uma curiosidade sobre o seu primeiro álbum, As Aventuras da Blitz 1 (1982): 30 mil exemplares do vinil foram riscados à mão pela banda. O motivo? Fugir da Ditadura Militar. Isso porque, pouco antes do lançamento do disco, as duas últimas faixas foram vetadas pelas autoridades.
Além da correria pelo momento político enfrentado, a Blitz emplacou sucessos nacionais. É o caso de Você Não Soube Me Amar, que chegou a ser trilha sonora de novela da Globo.
O rock nacional dos anos 80 é um verdadeiro mix de tendências
Nos 4 cantos do país, novas potências do rock nacional surgiam nessa época. E um verdadeiro liquidificador de influências dava um toque bem peculiar ao som da época. Da new wave ao pós-punk, com elementos de blues e até mesmo do technopop, o BRock ia forjando sua própria face.
Nesse período, nomes como Os Paralamas do Sucesso, Titãs, Barão Vermelho e Legião Urbana iam ganhando os holofotes do país.
Paralamas numa pegada mais ska, influenciados por The Police, e Legião Urbana, por exemplo, inspirada claramente em Joy Division e The Smiths.
O ponto alto, no entanto, não ficava apenas na musicalidade. As letras contestadoras e de forte cunho social refletiam a ânsia dos jovens, suas angústias e o desejo por uma revolução.
Jovens estes que cresceram em um cenário de ditadura, mas vislumbravam a possibilidade de uma sociedade com menos repressão. Tanto que foi na década de 80 que tivemos movimentos como as Diretas Já e o fim da Ditadura Militar.
Anos 80: rock e poesia
É impossível falar da história do rock nacional dos anos 80 sem lembrarmos de Renato Russo, talvez o expoente máximo da geração de 80, ao lado de Cazuza e Arnaldo Antunes.
Em Geração Coca-Cola, vemos uma clara crítica do compositor ao capitalismo e imperialismo dos Estados Unidos. Já em Que País é Este?, Renato brada sobre a hipocrisia que permeia a história da terra tupiniquim.
"Nas favelas, no Senado, sujeira pra todo lado. Ninguém respeita a constituição, mas todos acreditam no futuro da nação!"
O Barão Vermelho, outro nome essencial do BRock, talvez não tivesse letras explicitamente críticas ao contexto social do período. No entanto, em carreira solo, Cazuza deixa essa veia muito clara. É o caso das canções Brasil, Burguesia e O Tempo Não Para.
Se, em Brasília, Legião Urbana, Plebe Rude e Capital Inicial ganharam projeção, em São Paulo, bandas como Ira!, Ultraje a Rigor e Titãs também mostraram a que vieram.
O disco Cabeça Dinossauro (1986), dos Titãs, mostra em praticamente todas as letras um forte posicionamento contra os modelos sociopolíticos vigentes da época. É o caso das canções Igreja, Polícia, Bichos Escrotos, por exemplo.
BRock: o alcance de sucesso nacional
Em síntese, no decorrer da década, o BRock passou a receber uma atenção mais intensa dos meios de comunicação e no audiovisual.
Uma série de filmes retrata a cena musical em suas trilhas. Há, inclusive, uma trilogia de filmes sobre o rock brasileiro dos anos 80, dirigida por Lael Rodrigues:
- Bete Balanço (1984);
- Rock Estrela (1986);
- Rádio Pirata (1987).
Temos ainda nomes como Lobão, Lulu Santos, Leo Jaime, Kid Abelha, Ritchie, Biquini Cavadão, Engenheiros do Hawaii, RPM e tantos outros como figuras carimbadas da música nessa época.
Outro marco dessa geração foi a primeira edição do Rock in Rio, em 1985. Bandas como Barão Vermelho e Paralamas do Sucesso participaram, se consolidando de vez no cenário musical.
De fato, a década considerada perdida, politicamente falando, rendeu na cena do rock nomes que se mantém até hoje, em boa parte, atuantes e relevantes.
O nosso BRock se tornou um quarentão que segue influenciando novas gerações que chegam com sangue novo e ares de contestação. Letras poéticas, reflexivas e questionadoras são a essência disso!
Agora que recordamos um pouco desse período cultural histórico, que tal compartilhar este artigo sobre a história do rock nacional dos anos 80 com seus amigos?
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