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Ex-trio, Autoramas volta como quarteto: "sinal do universo"

Nova formação com Érika Martins, Fred Castro e Melvin Ribeiro já tem shows pelos Estados Unidos, México e Europa, mas o líder Gabriel Thomaz admite: "não tinha ideia de que a galera ia sair"

18 mar 2015 - 16h29
(atualizado às 16h46)
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<p>Pela primeira vez, a banda surge com quatro integrantes, incluindo Érika Martins como "coringa"</p>
Pela primeira vez, a banda surge com quatro integrantes, incluindo Érika Martins como "coringa"
Foto: Felipe Diniz / Divulgação

Conhecida há duas décadas como um das bandas mais expressivas da cena independente brasileira, o Autoramas tinha três tradições até 2015: fazer shows enérgicos, ter uma agenda cheia e ser um power trio. O número de integrantes foi a primeira mudança do grupo comandado por Gabriel Thomaz, que agora divide os vocais com Érika Martins: chamou Melvin Ribeiro para assumir o baixo e escalou Fred Castro (ex-Raimundos) na bateria. Confiante e já convencido de que a fórmula foi certeira, Gabriel conversou com o Terra e sinalizou de que as outras duas tradições pode também mudar, mas para melhor.

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O futuro do Autoramas começou a mudar quando Flávia Couri, terceira na linhagem de baixistas da banda, se casou e mudou para a Dinamarca. Em seguida, foi Bacalhau, dono das baquetas desde 1998, que decidiu seguir outro rumo. “Nós somos amigos, mas a gente briga também. O que aconteceu é que a gente começou a fazer muito shows... E pra mim foi sempre um prazer, mas ele começou a reclamar o tempo inteiro, não sentia mais o gosto da coisa”, conta Gabriel, sem ressentimentos. Com dois integrantes a menos e shows marcados no Texas e na Europa, o vocalista se viu obrigado a repensar o futuro da banda. E ao contrário do que muitos acreditam, a resposta não veio de forma premeditada. “Não sou tão gênio assim. Eu não tinha ideia de que a galera ia sair”, ri Gabriel. 

“A gente já estava pensando em colocar mais alguém, uma pessoa que fosse um coringa, que tivesse mais ou menos o papel da Rita Lee nos Mutantes”, ele lembra. Foi assim que Érika Martins, sua esposa e companheira do projeto Lafayette e Os Tremendões e Érika e Gabriel, assumiu a parte feminina e mais versátil da banda. Convidar Fred também já era um movimento mais do que natural. Amigos de longa data, ele e Gabriel já haviam dividido o palco nos anos 1990, quando ele participou de um show do Little Quail and The Mad Birds, o embrião do Autoramas, além de participar da carreira solo de Érika e também ter gravado o EP Érika e Gabriel

O quarteto ficou completou com Melvin Ribeiro, baixista requisitado e também membro fundador do Lafayette e Os Tremendões. “Agora estamos pensando em disco novo, em uma série de propostas. Hoje mesmo recebemos uma proposta pra tocar num lugar louquíssimo do mundo, mas não posso falar ainda”, Gabriel faz mistério. Mas seja onde for, o Autoramas chegará com o que tem de melhor, experiência e orgulho pela camisa. 

<p>Grupo está em turnê pelo Texas e segue para o México em seguida, antes de embarcar para a Europa em junho</p>
Grupo está em turnê pelo Texas e segue para o México em seguida, antes de embarcar para a Europa em junho
Foto: Felipe Diniz / Divulgação

Terra - Com a saída da Flávia e do Bacalhau, você deve ter quebrado um pouco a cabeça para seguir com o Autoramas. Como foi essa fase?

Gabriel Thomaz - O que aconteceu foi que primeiro saiu a Flavinha, que se casou e foi pra Dinamarca. Às vezes a gente descobria que ela viajar e não avisava, foi fazendo as coisas meio que escondida. E a gente começou a fazer muito shows, muitas turnês internacionais, e pra mim foi sempre um prazer fazer isso tudo. É uma realização, uma conquista. E às vezes a gente fica cansado, vai dormir tarde, acorda cedo e tal. E o Bacalhau tava reclamando o tempo inteiro, do voo, do trem, do hotel. Então era um saco. E aí perguntava o que tava acontecendo, mas ele fechava a cara, ficava como uma criança. Até um momento que enche o saco, tem um monte de coisa rolando, a gente tocando em festival. Não comemorava e tal. Era uma coisa estranha, porque a gente tem uma série de objetivos e vai conquistando, mas o cara não sentia o gosto disso. E ao mesmo tempo, muita gente que tá em volta e conhece a banda, comemorava e se envolve, e isso não é correspondido. Acabava que pra quem organiza as coisas, que é o meu caso, acaba virando um peso carregar uma pessoa que não tá na mesma harmonia. Aí teve um momento que a gente perguntou "é isso mesmo que você quer?".

Terra - Parece término de namoro?

Gabriel Thomaz - É engraçado você falar isso, porque às vezes a pessoa quer terminar o namoro, mas não quer ter o trabalho de ter o papo, aí começa a fazer merda até a outra pessoa ter que tomar a atitude (risos).

Terra - Aí o Fred foi a escolha perfeita, não?

Gabriel Thomaz - Tem uma história engraçada até, saiu um filme agora chamado Geração Baré-Cola, que conta a história da cena de Brasília dos anos 1990, e tem uma cena que é minha e do Fred que é chave, mas não posso contar pra não estragar a surpresa (risos). Mas ali você vê o quanto a gente era amigo e tocava há muito tempo. O Fred também já toca com a Érika há três anos e desde então a gente se aproximou muito, porque eu fiz uma turnê dela como baixista pela Europa. Aí no final do ano passado a gente gravou o EP Érika e Gabriel e chamamos o Fred pra tocar bateria, e o resultado foi muito bom. Aí ele mesmo disse que isso poderia virar uma banda, não só Érika e Gabriel, mas não seria o Autoramas inicialmente. Eu não tinha ideia de que a galera ia sair da banda. 

Terra - Saiu melhor do que encomenda então?

Gabriel Thomaz - Foi uma grande surpresa, porque deu tudo certo e a gente nem tinha planejado. Foi todo um caminho que foi se construindo. Tem gente que perguntou até "Ah, mas esse negócio de ter chamado o Fred pra fazer o EP, já tinha sido premeditado. Você só tava preparando o terreno', mas eu não sou tão gênio assim. A vida vai te colocando ali os sinais, e você vai topando.

Terra - A Érika também foi uma escolha natural, por todas as parcerias de vocês?

Gabriel Thomaz - A gente precisava de um vocal feminino. Antes (da saída de Flávia e do Bacalhau), a gente já tava pensando em colocar mais alguém, uma pessoa que fosse um coringa, que tocasse guitarra, teclado, que cantasse, ou percussão, ou qualquer maluca que a gente inventasse. Eu pensava que a gente tinha que ter alguém na banda que tivesse mais ou menos o papel da Rita Lee nos Mutantes. Que faz um instrumento de sopro, canta, faz um sintetizador, que faria tudo que precisava. E aí Érika era perfeita pra isso, só não toca baixo, então pela primeira vez na história do Autoramas eu chamei um baixista homem.

Terra - E como o Melvin já tocava com vocês no Lafayette e Os Tremendões, a resposta veio fácil também...

Gabriel Thomaz - O Melvin é uma pessoa de confiança, porque o Lafayette e Os Tremendões é um projeto que já tem dez anos. Ele é muito requisitado, e realmente ele tá ali feliz, eu sinto isso. Porque o Autoramas, ao contrário das outras bandas, tem uma agenda muito cheia, então talvez tivesse faltando isso na carreira dele. Mas a piada atual é 'Qual sainha você vai usar hoje, Melvin? (Risos)

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Foto: Felipe Diniz / Divulgação

Terra - Como um quarto integrante muda a dinâmica depois de tantos anos como um trio?

Gabriel Thomaz - Pra galera que entrou, é uma novidade. Eu tô me acostumando com o formato. Eu ficava no canto, agora fico no meio do palco. É bem diferente. Mas para compor, nem tanto. A maioria das músicas sempre foi minha, só que eu sempre tentei chamar parceiros, pra escrever e gravar. No Autoramas, todo mundo que passou pela banda, teve composições, sempre foi aberto esse canal. E a Érika já entrou com as músicas dela, por exemplo. Eu não sei se o Melvin e o Fred compõem, mas a gente pede pra colocar na roda.

Terra - Vocês têm shows marcados nos Estados Unidos, México e Europa até agora. Deve ser uma ótima maneira de começar essa nova fase...

Gabriel Thomaz - Com certeza. Muitas pessoas falam do Autoramas como “banda de rock brasileira”, mas muita gente pensa que ser isso é ir de um determinado ponto a outro. Cara, que nada. Ser uma banda de rock brasileira é ainda mais maluco pro mundo, é uma coisa completamente fora dos estereótipos. No ano passado a gente tocou nas Ilhas Canárias, no litoral do Marrocos, sabe? Outro lugar maluco que a gente tocou no ano passado foi entre a Suécia e a Finlândia tem um pequeno arquipélago chamado Ilhas Åland, e lá tem um bar, onde a gente tocou também.

Terra - O primeiro show de vocês com a nova formação foi em Brasília, imagino que tenha sido simbólico também.

Gabriel Thomaz - Foram dois show com a nova formação até, ambos maravilhosos. O primeiro em Brasília foi nossa primeira vez viajando e fazendo um bilhão de coisas, fora que é minha cidade e do Fred. E tava lotado, todo mundo curioso... Foi mais um sinal do universo.

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Fonte: Terra
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