Fã de Rita Lee viaja 16 horas para velório e é consolada por filho da artista
João Lee se solidarizou com a emoção da fã, que deixou o trabalho para se despedir da artista
Fã de Rita Lee, Isabela Machado, 24 anos, não mediu esforços para comparecer ao velório da artista, que acontece nesta quarta-feira, 10, no Planetário do Ibirapuera. Ela viajou 16 horas, de Vitória, no Espírito Santo, para São Paulo assim que soube da morte da cantora.
"Tentei ver o primeiro ônibus que tinha, peguei o ônibus ontem [terça-feira, 9] quatro horas da tarde e vim. Vou embora daqui a pouquinho", contou ao Terra. A fã é advogada, e conta que deixou o trabalho para poder se despedir do ídolo.
A jovem contou que pegou a primeira mochila que encontrou e decidiu viajar por ser muito fã de Rita Lee. "Ela mudou minha vida de uma forma que eu nem tenho como explicar. É mais do que letra, é mais, é a presença dela, é a luz dela, e é tudo que ela representa é a rebeldia de estar sempre na vanguarda e de abrir tantas portas inimagináveis, caminhos, e quem abriu foi ela. O mínimo era vir aqui, ela era a maior cantora do Brasil", disse.
Aos prantos, a advogada foi consolada pelo filho de Rita, João Lee. Os dois conversaram brevemente, deram um abraço, e logo se despediram do lado de fora do Planetário. "Foi o máximo que eu pude estar perto dela. Acho que é o máximo de carinho, de amor, de estar perto, sentir a presença, abraçar. Ele foi solícito no momento que deve estar sendo infinitamente mais doloroso pra ele como filho", contou.
Isabela conta que se tornou fã de Rita Lee graças aos pais, que sempre ouviram "música boa" em casa. "Sempre tive contato com o melhor da música popular, e sou muito grata por isso".
Apesar da longa viagem, ela diz que passaria "200 horas" em um ônibus para ver Rita Lee. "Muitas pessoas não vão entender, jamais vão entender, mas você ter uma pessoa que está ali 24 horas com você, e as músicas dela te dizem tantas coisas, acho que isso é muito significativo. Então, eu não poderia deixar de vir nesse momento".
"É triste, né? Estou com o coração na mão, porque morreu uma parte do Brasil. Lógico que ela vai ser eterna, ela é eterna, mas eu acho que uma coisa que a gente está vivendo é a despedida dos nossos ídolos. Eu não sou satisfeita com a música brasileira atual. Então o que é bom está indo embora, e eu não sei o que que vai ficar", desabafou.
*Com colaboração de Marcela Ferreira