Fãs de Liam Payne pedem justiça pelo cantor em protesto na Argentina
'Queremos pressionar e mostrar [ao promotor] que estamos observando,' diz Alex Silva, um dos organizadores da marcha de Buenos Aires
Artigo publicado em 16 de dezembro de 2024 na Rolling Stone, para ler o original em inglês .
No último sábado, uma manifestação composta por cerca de 30 fãs de Liam Payne tomou conta de uma movimentada rua em Buenos Aires, Argentina. Os participantes ergueram cartazes e faixas com a imagem do falecido ícone da música, clamando por justiça na investigação sobre sua morte.
Os manifestantes entoaram em uníssono: "¡Justicia por Liam! ¡Justicia por Liam!", enquanto alguns expressavam suas emoções com lágrimas nos olhos e outros gritavam: "Não à impunidade! Não à impunidade!" diante do tribunal local.
A marcha, que atraiu fãs de diversas partes da capital argentina, exigiu avanços significativos e urgentes na apuração das circunstâncias que levaram ao falecimento de Payne. Vestindo camisetas brancas e segurando imagens do cantor, os participantes se reuniram inicialmente na Plaza Libertad antes de seguirem em direção ao fórum judicial.
O dia 27 de novembro marcou exatamente dois meses desde que Payne faleceu em decorrência de múltiplos traumas e hemorragia interna após uma queda do terceiro andar do hotel CasaSur Palermo. Um relatório toxicológico revelou que o cantor apresentava álcool, cocaína e um antidepressivo prescrito em seu sistema no momento da morte. Contudo, diversas dúvidas permanecem sobre as condições que cercaram esse trágico evento. O impulso para a marcha foi gerado após o vazamento de uma imagem online, onde Payne aparenta estar sendo carregado por três funcionários do hotel pouco antes da queda.
Valentina Loredanna Bracho, uma das organizadoras do protesto, comentou: "Ficamos muito abaladas com essas imagens. É evidente que o hotel poderia ter feito mais para salvá-lo... Eles priorizaram a aparência do lobby em detrimento do bem-estar de um de seus hóspedes."
Recentemente, dois funcionários do hotel - o gerente e o recepcionista chefe - foram indiciados sob suspeita de negligência que resultou em morte. Jennifer Melian, outra organizadora do evento, expressou a falta de confiança no sistema judiciário local: "Aqui, a justiça muitas vezes demora anos para acontecer, e neste caso está levando tempo demais."
Durante a manifestação, muitos fãs direcionaram sua indignação contra os empregados do hotel. Um cartaz destacava: "Por que eles o levaram desmaiado até o quarto sem chamar uma ambulância?" Outros fãs mencionaram um amigo argentino de Payne, que recentemente fez declarações à TMZ, enquanto outros ainda seguravam imagens das duas pessoas acusadas de fornecer drogas ao cantor.
@valeriacarolinari0 Marcha pedido de justicia para Liam Argentina 14/12/24 (Resumen) #JUSTICEFORLIAM #liampayne ♬ Teardrops - Liam Payne
Alex Silva, um dos participantes que viajou três horas desde o subúrbio de Alejandro Korn para liderar a marcha e visitar o memorial em homenagem a Payne, disse: "Queremos pressionar e mostrar que estamos atentos. Eles pensam que somos desinformados sobre o que está acontecendo, mas conhecemos bem o caso e a investigação."
A luta por justiça é particularmente pessoal para Silva. Em 2017, seu irmão Jonathan Gabriel foi morto atropelado logo após desembarcarem de um ônibus. Silva ficou em coma por quatro dias após o acidente e fraturou vários ossos. Ele relembra emocionado como o caso foi encerrado sem consequências para o motorista envolvido. "Ele tirou meu irmão de mim e agora vive sua vida normalmente. Ver esse homem livre me motivou a lutar pelo caso de Liam. Eu só quero saber exatamente o que aconteceu," declarou.
Outra participante da marcha, Karli Reyes, teve a oportunidade de conhecer Payne algumas semanas antes de sua morte e carrega um autógrafo dele em sua carteira. Ela também fez uma tatuagem inspirada em um desenho criado pelo cantor. Reyes planeja participar de futuras reuniões em apoio à causa: "A música dele me ajudou quando eu mais precisei. Esta marcha me ajuda a processar meu luto. Se houver justiça, poderei encontrar paz. A forma como ele nos deixou foi dolorosa e acredito que isso me ajuda a superar essa dor."
Na semana anterior à manifestação, um grupo menor visitou o escritório dos promotores em Buenos Aires para mostrar seu interesse no andamento do caso. Luana Bustamante, organizadora da ação com 26 anos, relatou: "Quero que este caso avance e não fique paralisado como tantos outros na Argentina. Desejo justiça real e que a verdade venha à tona." Para Bustamante, verdadeira justiça significa garantir que os responsáveis enfrentem as consequências legais adequadas.
Os organizadores da marcha e dos eventos anteriores têm se empenhado na preservação do memorial em frente ao CasaSur, garantindo que os tributos prestados a Payne sejam mantidos intactos. O hotel permitiu que os fãs se reunissem no local; no entanto, muitos estão apreensivos quanto ao futuro das mensagens e cartazes deixados ali como homenagem ao artista.
Aldana Azmar, uma das responsáveis pela limpeza do memorial aos 22 anos, comentou: "Queremos ser a voz dele agora que ele se foi. Este lugar se tornou um espaço seguro para nos apoiarmos mutuamente." Fãs têm utilizado grupos de mensagem para organizar tarefas relacionadas à manutenção do memorial e já arrecadaram mais de R$ 2 mil desde o falecimento do cantor para sua conservação.
No início da semana passada, os fãs também lançaram uma campanha para arrecadar fundos e alimentos não perecíveis para uma igreja local em homenagem ao segundo mês da morte de Payne. A iniciativa visa recordar os laços filantrópicos do cantor durante a pandemia da Covid-19.
"Vou lembrá-lo como um anjo que fazia caridade e demonstrava carinho por nós," afirmou Bracho.
Nos próximos dias, cinco indivíduos indiciados na investigação sobre sua morte passarão por interrogatórios na justiça da cidade durante várias audiências. Independentemente dos desdobramentos judiciais, os fãs de Payne afirmam estar determinados a acompanhar cada passo do processo e continuarão promovendo protestos até obterem esclarecimentos sobre as circunstâncias que culminaram em sua morte.
"Continuaremos fazendo isso até não precisarmos mais," concluiu Melian.
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