Goiânia Noise: 2º dia retoma miscelânea e boas surpresas
Festival que completa 20 anos de história ainda tem shows neste domingo (7)
A abertura da edição comemorativa do Goiânia Noise Festival, na última sexta-feira (5), reuniu no Centro Cultural Oscar Niemeyer os fãs das guitarradas de Biohazard, Matanza, Mechanics e outros. Mas no segundo dia de evento, agora realizado no tradicional Martim Cererê, o festival retomou suas características principais: um line-up comprido, misturas de estilos e gratas surpresas de todo o Brasil ao longo do dia.
Quem chegou cedo - o que é extremamente recomendável em um festival neste formato -, viu boas bandas da região, como punk rock direto e reto do grupo local Pedrada, e o Gonorant$, de Brasília, com seu rock bem humorado, pesado e pronto para tocar numa rádio. Não é qualquer letrista que "declama" frases do eterno Jeremias, viralizado nas redes sociais após uma entrevista embriagado em uma delegacia.
O trio de punk rock Pedrada. (Foto: Osmar Portilho/Terra)
De Brasília, a banda Gonorant$. (Foto: Osmar Portilho/Terra)
Os mineiros da banda The Dead Pixel. (Foto: Osmar Portilho/Terra)
De Minas Gerais, o grupo The Dead Pixel mostrou seu rock de várias facetas, onde sua missão parece ser justamente convergir os subgeneros de rock em um só novamente e, claro, se divertir no palco. Outra banda local que ajudou a encher o palco Yguá foi o Damn Stoned Birds. O power trio mostrou muito peso em sua meia hora de show mesmo com imprevistos. O vocalista e guitarrista Danilo Miranda perdeu duas cordas de seu instrumento, o que o obrigou a improvisar parte das músicas, mas sem prejudicar o resultado final: muito peso e stoner de qualidade.
Danilo Miranda, vocalista do Damn Stoned Birds. (Foto: Osmar Portilho/Terra)
Logo na sequência, quem tomou o palco ao lado, o Pyguá, foi o Overfuzz. Cheios de influências dos anos 90, o trio domina o show como poucos e mostra muita maturidade para um grupo surgido em 2010.
A banda de Goiânia Overfuzz. (Foto: Osmar Portilho/Terra)
Representando o hip-hop com sotaque goiano, o rapper Gasper encheu o teatro Pyguá com suas rimas e batidas. (Foto: Osmar Portilho/Terra)
Outra surpresa muito boa nesta edição do Goiânia Noise veio do sul, mais precisamente do Paraná: Them Old Crap. No palco, violão, mandolin, baixo acústico e banjo. A formação já foge do aspecto tradicional de baixo, bateria e guitarra do festival. Quando iniciam, o quarteto mostra bluegrass de primeira qualidade, em português, com sotaque caipira narrando histórias de caminhão e bebedeiras.
Do Paraná, o quarteto de bluegrass Them Old Crap. (Foto: Osmar Portilho/Terra)
Do Rio de Janeiro, o festival ainda apresentou o Barizon, uma outra aposta da Monstro Discos, formada por integrantes já conhecidas bandas cariocas, como Zander e Plastic Fire, que se afastam um pouco do seu hardcore habitual para passear pelo stoner rock e metal.
O grupo carioca Barizon. (Foto: Osmar Portilho/Terra)
Deixando de lado os "estrangeiros", os goianos do Hellbenders se encontraram com seus fãs novamente no Martim Cererê depois de gravar seu novo álbum no Rancho La Luna, paraíso stoner para os fãs do gênero nos Estados Unidos. A banda mostrou uma música nova, mas preencheu o setlist com músicas do seu disco de estreia, Brand New Fear. Com as músicas na ponta da língua e o teatro lotado, o Hellbenders, que já tem certa fama no resto do Brasil, mostrou que Goiânia é seu território mais notório.
Hellbenders voltou de gravação de novo álbum nos EUA. (Foto: Osmar Portilho/Terra)
Já se encaminhando para a reta final da noite, outra banda local fez a festa. The Galo Power mostrou faixas de seu disco Lysergic Groove passeando por várias vertentes do rock na mesma música sem medo de tocar alto.
Única atração estrangeira do dia, os norte-americanos do Radio Moscow tomaram o teatro Pyguá e lotaram o local, deixando o público espremido até a parte externa.
Foto: Osmar Portilho/Terra
Para encerrar a festa, que já se arrastava até 3h da madrugada, os pernambucanos do Mundo Livre S/A levaram seu manguebeat ao Martim Cererê, intercalando momentos com muito groove. Se no palco anterior os riffs raivosos do Radio Moscow tomavam o festival, o teatro ao lado ganhou cara de festa com samba rock.
A edição 2014 do Goiânia Noise se encerra neste domingo (7) com Korzus, Terrorizer, Cachorro Grande, Ressonância Mórfica e mais trezes bandas no Martim Cererê.
Fred Zero Quatro e o Mundo Livre S/A fizeram a festa no Noise. (Foto: Osmar Portilho/Terra)
A reportagem do Terra viajou a convite da Monstro Discos.