Inquérito investiga suspeita de documentos falsos em processo de plágio contra Adele
Defesa de Toninho Geraes apontou indícios de falsificação em documentos apresentados pela defesa da cantora
Queixa formal questiona autenticidade de documentos
A Polícia do Rio de Janeiro abriu um inquérito para apurar possíveis irregularidades em documentos apresentados pela Universal Music Publishing à Justiça. O caso está relacionado ao processo em que Toninho Geraes acusa a cantora Adele de plágio da música "Mulheres", gravada com sucesso por Martinho da Vila. A informação foi inicialmente divulgada pela rádio CBN.
De acordo com a defesa de Toninho, os documentos apresentados contêm "rasuras e entrelinhas inseridas à mão", além de a versão em inglês não ser uma tradução juramentada, como exige a legislação brasileira.
O advogado Fredimio Biasotto Trotta destacou que o local de assinatura também gerou estranheza. "É falso porque, em primeiro lugar, não há nenhuma notícia de que Adele, Greg [Kurstin] e Beggars tenham vindo ao Brasil para assinar o documento, que dirá no dia da audiência, como lá consta", afirmou.
Elementos suspeitos incluem formato da data e caligrafia
O documento assinado em São Paulo apresenta um formato híbrido de idiomas, trazendo a data "São Paulo, 19 December de 2024". Segundo a defesa, a procuração de Adele exibe "rasuras evidentes, com riscos e rabiscos feitos à mão".
A equipe jurídica de Toninho Geraes solicitou padrões caligráficos da cantora, incluindo autógrafos e cartas manuscritas, para embasar a análise. A defesa argumenta que as assinaturas divergem das originais conhecidas publicamente.
"Houve a necessidade de uma Notícia-Crime visando a abertura do Inquérito Policial, a fim de que as autoridades competentes possam investigar o caso, apurar a materialidade dos possíveis delitos e identificar eventuais responsáveis", explicou Trotta.
Repercussão no processo
O incidente processual aberto pela defesa busca comprovar se as procurações apresentadas são autênticas ou falsas. "Se corroborada a falsidade ou adulteração das procurações, Adele, Greg e Beggars não estão, na verdade, habilitados até agora no processo e poderiam, mais adiante, anular todos os atos praticados indevidamente em nome deles", acrescentou o advogado.
Até o momento, a Universal Music não respondeu às solicitações da imprensa sobre o caso. O espaço segue aberto para declarações e atualizações.