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Laura Pausini se recusa a cantar 'Bella Ciao', música antifascista, por ser 'muito política'

Recusa da cantora italiana provocou críticas de fãs; ela respondeu no Twitter que abomina qualquer tipo de ditadura

16 set 2022 - 07h51
(atualizado às 08h01)
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A italiana Laura Pausini gerou polêmica na noite da última segunda-feira, 12, ao se negar a cantar Bella Ciao, célebre música antifascista e símbolo da Resistência na Itália, em um programa da TV espanhola.

Pausini participou do popular quiz El Hormiguero, comandado pelo comediante Pablo Motos, junto com os cantores Luis Fonsi, Antonio Orozco e Pablo López. Na ocasião, foi simulado um concurso e todos os convidados tinham que cantar uma música com a palavra escolhida.

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Em um determinado momento, Motos e Fonsi começaram a interpretar Bella Ciao, mas a italiana se recusou por ser "muito política". "Não, não, não. É uma canção muito política e não quero cantar canções políticas", reclamou a artista italiana.

A atitude provocou polêmica nas redes sociais, gerando diversas críticas, como "você deveria ter vergonha", "Bella Ciao para sempre" e "Pausini não conhece as raízes de sua terra". "Se você considera 'Bella Ciao' como uma canção política, entendida como partidária, sendo exclusivamente antifascista e antinazista, mas de todos os partidos políticos que participaram da Resistência, dos comunistas aos católicos aos liberais, recomendo uma revisão dos fundamentos da Constituição italiana", escreveu um fã no Facebook.

Popularizada recentemente pela série La Casa de Papel, a música Bella ciao é considerada na Itália o hino dos partisans, guerrilheiros que lideraram a resistência contra o fascismo e a ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

A resposta de Laura Pausini

Na quinta-feira, 15, Laura Pausini disse no Twitter que abomina o fascismo e todas as formas de ditadura.

"Queria expressar meu ponto de vista após a polêmica desses dias. Numa situação de televisão improvisada, leve e de puro entretenimento, optei por não cantar um hino de liberdade, mas repetidamente explorado ao longo dos anos em diferentes contextos políticos", escreveu. E acrescentou: "Como mulher, antes de ser artista, sempre fui pela liberdade e pelos valores. Abomino o fascismo e qualquer forma de ditadura. Minha música e minha carreira demonstram os valores em que sempre acreditei".

A cantora disse ainda que queria evitar ser arrastada e explorada em um momento tão acalorado e desagradável de campanha eleitoral. "Mas infelizmente não foi assim", escreveu. "Respeito meu público e continuarei a fazê-lo, com liberdade de escolher como me expressar." / ANSA E ESTADÃO

Estadão
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