Agridoce fala em "frio na barriga" antes do Lollapalooza
Dupla formada por Pitty e Martin se apreseta no primeiro dia do festival, em São Paulo, no mesmo palco de The Killers e Flaming Lips
Longe das guitarras e mais próximos do violão e do piano, Pitty e Martin começaram o Agridoce com algumas canções despretensiosas na sala da casa da cantora. Hoje, preparam uma etapa inesperada para o duo: o festival Lollapalooza. A dupla, que ao vivo ainda ganha mais dois músicos, se apresenta no primeiro dia do evento, nesta sexta-feira (29), ao lado de nomes como Flaming Lips e The Killers, no Jockey Club, em São Paulo.
Mesmo com experiência da banda Pitty, o desafio de levar o som do Agridoce, algo mais introspectivo e “calmo” para grandes multidões é visto como uma “emoção adicional” para Pitty e Martin, que conversaram com o Terra:
Terra - Como é encarar um festival do tamanho do Lollapalooza?
Martin – Super empolgante e um pouco assustador. É massa poder tocar num festival tão grande e com a estrutura impecável que o Lolla tem, sem falar na emoção adicional de estar lado a lado com bandas que você adora, algumas das quais são referência pra nós, como o Queen Of The Stone Age.
Pitty – Tinha uma fase em que achávamos que o Agridoce só combinaria em ambientes mais introspectivos, mas já fizemos uns festivais e Viradas Culturais que foram tão incríveis a ponto de eu rever esse conceito. Mas óbvio que sempre rola um frio na barriga.
Terra - O Agridoce caracteristicamente tem um som mais introspectivo. É diferente “domar” um público grande e mais disperso?
Martin – Sim, principalmente quando não contamos com um ambiente que propicie uma super introspecção como um teatro ou auditório. Felizmente ao longo desse ano de turnê tivemos inúmeras experiências com lugares abertos e públicos enormes, o que nos deu uma cancha pra esse tipo de situação, que acaba proporcionando uma experiência diferente, bem mais interativa e muito emocionante.
Pitty – Montamos o show como uma peça, um espetáculo, onde outros sentidos além da audição são estimulados. Rola projeção, a luz, essas coisas todas; e isso num teatro se realiza em toda sua profundidade. Mas adaptamos para lugares abertos e rolou bem também. São dois shows diferentes, sem dúvida.
Terra - Vocês precisam se adaptar ao ambiente ou a plateia que precisa se adaptar?
Martin – É um pouco dos dois. Agora, que a maioria das pessoas já conhece o trabalho, fica tudo muito mais fácil. Sem falar que pensamos em cada show isoladamente e estamos a algumas semanas já bolando, tanto musicalmente quanto na parte visual, o show para esse festival.
Terra - Como estão os planos do Agridoce em 2013? Já trabalharam em novas músicas?
Martin – Estamos finalizando essa turnê e logo começaremos a pré-produzir um novo disco de Pitty e cair na estrada com um novo show da banda, o que vai nos manter bastante ocupados. Acredito que nesse período o Agridoce pode aparecer em ocasiões isoladas, mas não temos planos de trabalhar em coisas novas tão cedo.
Pitty – (risos) É só ter tempo, porque se juntar sai música.