Interpol traz sua cara indie de novo para o Lollapalooza
Banda fez apresentação semelhante ao show de 2015, apesar de ter mostrado vontade de evoluir com lançamentos recentes
Em sua segunda passagem pelo Lollapalooza Brasil, a banda americana Interpol repetiu o show cinzento que mostrou em 2015, com apenas 2 faixas de Marauder, o disco que fez os críticos torcerem a língua em 2018 ao terem que admitir que a banda não havia chegado num platô criativo, mas sim aprendido a buscar novos caminhos.
Durante o show, uma faixa como Say Hello to The Angels, do disco Turn Out The Bright Lights, de um já distante 2001, mostra como a espécie de post rock revivalista do Interpol sobrevive bem ao teste do tempo com a guitarra carregada de Daniel Kesller. A faixa seguinte do show, All The Rage Back Home, de El Pintor (2014), evidencia o talento vocal de Paul Banks.
A apresentação é uma demonstração de como as bandas de um período de ouro do indie de Nova York, o meio da década de 2000, alcançam 2019: para fãs dedicados, uma revisão consistente dos sucessos da carreira; para os mais desavisados, a postura blasé da geração pode ser um obstáculo. O Interpol, porém, consegue manter uma postura no palco muito mais altiva do que o Kings of Leon, headliner indesculpável do dia anterior do Lollapalooza.
O show termina com o protótipo indie de The Henrich Maneuver e a faixa Roland, esta também daquele primeiro disco. Dessa vez o Interpol não fez chover no Lollapalooza Brasil.