Justin Timberlake, absolvido pelo público do Lolla, faz o que sabe de melhor: um grande show de pop
No Lollapalooza 2025, o cantor faz espetáculo digno de headliner e encerra o festival com hits do auge de sua carreira; veja vídeo
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Os últimos anos não estão fáceis para Justin Timberlake. O cantor, símbolo da cultura pop do início do milênio, não vive boa fase e subiu ao Palco Budweiser do Lollapalooza 2025 neste domingo, 30, entre polêmicas e críticas recentes, para encerrar o festival.
Se Timberlake é sinônimo de cultura pop do início dos anos 2000, sua carreira também refletiu o machismo da época. Do "escândalo do Super Bowl" com Janet Jackson ao namoro com Britney Spears - e a recente acusação da cantora sobre ter sido pressionada por ele a fazer um aborto -, o cantor teve de provar se era um verdadeiro showman ou apenas um falastrão.
Conseguiu entregar um espetáculo. Foi acompanhado de uma banda igualmente talentosa, com direito a backing vocals e instrumentos de sopro. Uma pena, para os fãs que não puderam ir ao festival, que ele não tenha autorizado a transmissão do show pela TV e streaming.
Subiu ao palco com uma entrada triunfal e uma sequência dos sucessos Mirrors e Cry Me a River. Era a prévia do roteiro perfeito. E, sim: o microfone estava ligado.
A tarefa mais difícil de um show é deixar a plateia engajada o tempo inteiro. Timberlake não apenas conseguiu, como até teve a proeza de fazer os presentes esquecerem de filmar cada passo que dava.
O público se dividia entre abrir espaço para uma pista de dança, como em SexyBack, ou observar com curiosidade as menos conhecidas, como Selfish, de seu novo álbum Everything I Thought It Was, recebido com indiferença pela crítica e pelos ouvintes quando lançado. Fato é que era impossível olhar para o Palco Budweiser neste domingo e permanecer indiferente.
"Estão se divertindo?", perguntava ele constantemente. Não precisava de resposta. Em determinado momento, chegou até a se emocionar ao dizer que "não há lugar como o Brasil".
Timberlake seguiu explorando cada canto do palco com a precisão de um ex-membro de boy band, mas se manteve à vontade como alguém que tem plena noção do que é preciso fazer. Escolheu terminar mais introspectivo, ao piano, com Until The End of Time - mas ainda engajando quem ficou após SexyBack.
Justin se apresentou com a turnê Forget Tomorrow ("esqueça o amanhã", em tradução livre), pedindo para que, na verdade, o público esquecesse o ontem. Impossível dizer se conseguiu, mas mostrou ser inegável seu talento e irresistível seu R&B pop sensual. Sua estrela nunca se apagou.
