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Lollapalooza 2023: Ludmilla é, mais uma vez, subestimada por um festival

Ao cantar em um horário que mata as luzes e o cenário que ela já provou ter, seu show teve menos impacto, mas a confirmou como a melhor artista da música pop do País

25 mar 2023 - 16h32
(atualizado às 19h52)
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Ludmilla, criada nos porões do funk, tem feito sua escalada rumo ao pop estrelismo com muito suor. Depois de ser subestimada como atração do palco secundário Sunset, do Rock in Rio de 2022, ela fez mais uma vez parte de uma espécie de segundo escalão do Lollapalooza. A produção não diz jamais, mas todos ali sabem: quem canta sob a luz do sol perde a luz da cena. Tanto é que, ao cantar neste sábado, no Lolla, Lud, mesmo vindo com sua voz linda, afinadíssima e sem playbacks, não chegou a provocar um terço do impacto visual e cenográfico que mostrou no Sunset.

A cantora Ludmilla se apresenta no festival Lollapalooza 2023 em São Paulo (SP), neste sábado (25)
A cantora Ludmilla se apresenta no festival Lollapalooza 2023 em São Paulo (SP), neste sábado (25)
Foto: Ketilyn Bells/Futura Press/Estadão Conteúdo / Estadão

Não tem pra outra, Ludmilla é a melhor cantora pop do país. E por razões técnicas. Mulher do subúrbio do Rio, ex-cover de Beyoncé, ela é também uma artista. E cantoras nem sempre são artistas, assim como artistas nem sempre são cantores. Algumas não conseguem ser nem uma coisa, nem outra. Caso raro, Lud é as duas. Seu vocal é estudado nos melismas do R&B, seu timbre é lindo, seu vibrato é preciso, sua afinação é de fazer inveja em gente grande da MPB, ela não canta com playback (aleluia!) e o alcance de seu espectro chega onde similares não entram.

Maldivas, como ela mostrou no Lolla, é um pagode típico. E qualquer roda de samba, hoje, abraça essa mulher. Ao mesmo tempo, Tropa da Lud mostrou o quanto o funk raiz ainda a tem com reverência. Muitas de suas canções são calcadas no R&B dos anos 90. "Eu acabei de fazer o Lollapalooza inteiro cantar pagode!", ela disse, depois de cantar um samba e antes de iniciar outro. Sua extensão, que já a levou a colabs interessantes com o feminejo, expõe a limitação de IZA, Luisa Sonza, Pabblo Vittar e Anitta, que atuam em campos bem mais restritos.

Ainda assim, o Lolla não soube escalar Ludmilla. Mais uma vez, ela não é a estrela maior do dia em que se apresenta e é colocada em um horário secundário. Só não se sabe o que falta para essa validação. A mulher que só falta matar Anitta de despeito tem 2 bilhões de streamings no Spotify e 3,3 bilhões no YouTube. Coloca as plateias na palma da mão, conseguiu calibrar bem sua linguagem para a aceitação da "família brasileira" que assiste à Globoplay e já soma 11 anos de carreira. Única atração a estar nos dois maiores festivais do ano, o Lolla e o The Town, que será em setembro, Lud ainda chega lá. No dia 7 de setembro, ela estará no Palco Skyline, o principal do evento, mas abrindo para o Maroon 5. Mais um passo. Lud, engulam, merece o topo.

Estadão
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