Lollapalooza 2024: em sintonia com plateia, Hozier faz um dos melhores shows do festival - até agora
Acostumado com apresentações intimistas, cantor atraiu multidão para o Palco Samsung Galaxy e manteve público nas mãos até o último acorde
Hozier subiu ao Palco Samsung Galaxy do Lollapalloza Brasil neste sábado, 23, com pinta de rockstar. O cantor indie, conhecido pelo sucesso Take Me To Church, mostrou com propriedade que consegue manter o público nas mãos até o acorde final de seu maior hit - última música a ser tocada.
Foi o primeiro show do artista, que tem 10 anos de carreira, em solo brasileiro. Acostumado com apresentações contidas, a maior curiosidade era acompanhar sua performance para o público brasileiro, com fama de ser caloroso.
O resultado não poderia ter sido melhor. Hozier não ignorou a plateia por um instante, improvisou "duetos" e manteve a energia no público mesmo na música mais acústica do setlist, Cherry Wine.
"Vocês devem saber disso, mas o público brasileiro é famoso pelo barulho que pode fazer", comentou ele, que se mostrava surpreso com o tal "barulho brasileiro" a cada música. E cada faixa que emendava criava um receio na plateia de que o show, um dos melhores do festival até agora, acabasse cedo demais.
Com sua voz grave e mansa, Hozier pareceu unir o contraditório em harmonia. O horário também favoreceu o cantor: no limite entre o dia e a noite, o artista fez uma apresentação bonita para o anoitecer.
O setlist seguiu em tom energético e calmo, por vezes fazendo referências a clássicos da literatura. Em Francesca, Hozier associa sua música à Divina Comédia, de Dante.
A multidão que ficava cada vez maior obedecia a todos os comandos que vinham do palco, de quem quer que fosse. E Hozier seguia brincando entre acordes graves e agudos, abusando de um baixo acústico em tom sombrio em Work Song.
O auge, sem dúvidas, chegou em Take Me To Church, momento em que o artista desceu para cantar no meio do público que tanto o abraçava. "Demorei muito tempo para vir tocar essas músicas para vocês", disse ele na metade da apresentação, certamente um pensamento em comum do público que se movia para o próximo show e teria de voltar à realidade da lama no festival.