Movimento fraco e medo do rapa: ambulantes driblam adversidades para lucrar com o Lolla
Vendedores ouvidos pelo Terra contam que vape está entre os itens mais vendidos, mesmo com chuva e frio
O Lollapalooza 2024 é dividido entre dois mundos: o de quem vai curtir e o de quem vai trabalhar no festival. Neste sábado, 23, segundo dia de evento, o Terra conversou com vendedores ambulantes - que vendem de chicletes a vapes - e ouviu algumas insatisfações dos trabalhadores.
Kelly Santos, de 25 anos, por exemplo, já esteve presente em outras edições do Lollapalooza, e revela que o saldo de vendas não está tão bom como em anos anteriores. Para ela, o tempo chuvoso é o principal responsável.
"Eu venho em todas [as edições do Lolla], trabalho vendendo em eventos assim, esse ano está bem fraco o movimento, caiu muito! Com essa chuva então... Com tempo bom, em festival de três dias, dá para tirar uns R$ 2 mil, nesse aqui eu não sei como vai ser", disse ela.
Caio Ferreira, de 37 anos, assim, como Kelly, também trabalha como ambulante em eventos. Mas, apesar de compartilhar a insatisfação com o baixo volume de vendass, para ele, o pouco lucro é decorrente da concorrência.
"Cada ano que passa está mais fraco de lucro, tem cada vez mais vendedores. Fica difícil tirar um bom dinheiro", comentou.
Ele, porém, se preocupa também com outro fator: o rapa. No primeiro dia de evento, segundo diz, perdeu algo em torno de R$ 700 em mercadoria.
A mesma preocupação recai sobre um vendedor de bebidas, que preferiu não se identificar. Segundo ele, além das vendas fracas, a correria para não perder os produtos tem dificultado o trabalho. "Não dá para bobear", resumiu.
De acordo os vendedores ambulantes, a organização do Lollapalooza não os impede de se aproximar do perímetro do evento, só pede que permaneçam nos portões. O Terra não conseguiu confirmar essa informação com a organização.
*A cobertura do Terra no Lollapalooza Brasil 2024 é um oferecimento de Vivo.