“Quem vive na Amazônia também existe”, diz integrante de banda do Pará que levou o tecnobrega para o Lolla
Paraense, a Gang do Eletro se apresentou nas ativações da Vivo durante todos os dias do festival
A banda paraense Gang do Eletro trouxe o tecnobrega ao Lollapalooza, representando a Amazônia no festival e destacando questões culturais e ambientais do Norte com o apoio da Vivo.
Além dos grandes headliners do Lollapalooza, como Olivia Rodrigo, Alanis Morissette e Justin Timberlake, por exemplo, o público também pode curtir diferentes shows ao longo deste final de semana, inclusive o tradicional tecnobrega paraense, estilo musical que não costuma estar no line-up do festival, mas marcou presença nos três dias de evento com as apresentações da banda Gang do Eletro nas ativações da Vivo.
O grupo musical se apresentou no lounge, um espaço reservado e mais exclusivo, e na pista da Vivo próxima ao palco principal. Em entrevista ao Terra, os integrantes da banda comemoram a oportunidade de levar o som tradicional do Pará para um dos maiores festivais do País.
“Eu tô superfeliz. Nós estamos muito felizes de poder trazer a nossa cultura da periferia, do tecnobrega, da Amazônia, e ver que o público interage bem. Isso deixa a gente bem realizado”, diz Keila, uma das integrantes da banda.
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A presença da Gang do Eletro, uma banda da região da Amazônica, faz parte da iniciativa Raízes Vivas. Neste ano, a COP 30, principal conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre meio ambiente, será realizada em Belém, no Pará, em novembro. Por isso, a Vivo aproveitou o festival de música para também levar para o público a mensagem da importância da Floresta Amazônica.
“Trazer artistas da Amazônia para o palco também é uma oportunidade para dar lugar às nossas pautas, às nossas falas, às nossas questões, porque quem vive na Amazônia também existe. A gente pode falar também de floresta, mas a gente tem que falar também do nosso espaço urbano, da nossa sociedade, das comunidades periféricas que ainda estão muito distantes de ter o saneamento básico correto. Acredito que levar a COP30 para dentro desse lugar da Amazônia vai nos ajudar a romper com alguns estigmas, principalmente, de como se a gente vivesse muito fora da realidade, principalmente tecnológica. O Norte e a Amazônia são tecnológicos, são ciência, contribuem para o mundo inteiro de várias formas", diz Keila.
“Muito se fala de Amazônia, mas pouco se mostra o que é a realidade dos povos que vivem ali. Não tem como falar de preservação ambiental se não mostrar a realidade do que acontece dentro desse território amazônico”, completa DJ Waldo Squash.
Junto da representatividade da Amazônia, a Gang do Eletro também comemora o espaço que o tecnobrega tem alcançado e a trajetória da banda, que começou há cerca de 15 anos e este ano se apresentou por três dias consecutivos no Lollapalooza.
“A gente merece também um protagonismo e um palco principal, mas como a gente vive no Norte, a gente vem galgando esse espaço, tem o lance da segregação, da distância geográfica, então é todo um trabalho, mas é isso que é importante, é galgar esse espaço e abrir ele para cada vez mais outros artistas também do mesmo segmento conquistarem esse mesmo lugar”, pontua Keila.
Mesmo tocando um ritmo diferente dos demais presentes no festival, os artistas disseram que a recepção do público não poderia ser melhor. “Todo mundo veio pra frente, dançou junto, brincou com a gente, porque o tecnobrega, a música do norte, é isso, é muita alegria, descontração e energia, o público se soltou mesmo”, descreve Waldo.
Além dos shows que fizeram, eles também pretendem aproveitar o último dia de Lollapalooza para curtir e assistir a shows, principalmente o de Justin Timberlake, grande atração da noite. “A gente vai ficar no espaço da Vivo e acompanhar o máximo que a gente puder, assistir Justin Timberlake, claro”, diz Will.