"Louca pelo Brasil", Stacey Kent fala de sua relação com o país
11 out2012 - 13h26
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Mariana Ghorayeb
"Louca pelo Brasil", como ela mesma disse durante a entrevista, Stacey Kent não é apenas fã da música brasileira, mas sim uma conhecedora da nossa cultura. Falando em português quase perfeito, a cantora norte-americana vive atualmente em Londres e foi de lá que conversou com o Terra, por telefone, sobre o amor pelo País e os shows que fará em novembro em quatro capitais.
"Meu interesse pela cultura brasileira começou muito antes da minha carreira, quando eu tinha uns 14 anos. É incrível como às vezes lembramos de uma coisa perfeitamente, e essa é uma delas. Estava na casa de uns amigos para escutar discos e um deles colocou João Gilberto. Na hora eu falei 'o que é isso?'", lembrou ela. "Foi um dia importantíssimo na minha vida".
A empolgação é tanta que Stacey falou sobre o assunto por cerca de 10 minutos, sem perder o entusiasmo. "Depois eu quis descobrir mais e mais discos. Veio Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Edu Lobo, Chico Buarque, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Roberto Menescal, Carlos Lira...", enumerou.
A cantora disse ainda que se lembra de quando assistiu Orfeu Negro. "Nessa época eu não falava nenhuma palavra em português, mas a gente brincava, imitava o que os atores falavam, mesmo sem entender", contou aos risos. Atualmente Stacey tem aulas de português com professores de diversos Estados brasileiros. "Eles compartilham comigo as músicas. Há três anos eu descobri Marisa Monte, Paulinho da Viola, Cartola, Pixinguinha. É uma maneira ótima de aprender a língua fora da aula", explicou.
Stacey Kent fez questão de lembrar sua última passagem pelo Brasil, no ano passado. Ela foi convidada para cantar na comemoração dos 80 anos do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. "Cantei com o Marcos Valle. Foi um sonho estar aí e cantando com meus heróis. De repente eu estava lá, com essas pessoas que são parte da minha história".
Shows no Brasil A jazzista se prepara para voltar ao Brasil para quatro apresentações em novembro, que passarão por Rio de Janeiro (dia 27), São Paulo (dia 28), Curitiba (dia 29) e Belo Horizonte (dia 30). Além de tocar no país pelo qual é "apaixonada", Stacey traz seu último disco, Dreamer in Concert, o primeiro ao vivo de sua carreira.
"Nunca pensei em fazer ao vivo, achava que podia ficar preocupada e pensando demais no palco. Não queria isso, porque gosto de me perder na poesia, nas letras e com os músicos. Achei que pensaria demais, mas quando entrei no palco não pensei em nada. Foi exatamente como eu queria, com a energia e o amor das pessoas muito fortes. Foi cheio de magia, então, com certeza, vou fazer de novo", garantiu.
O disco ainda ganhará, no mesmo mês de sua passagem pelo País, uma versão estendida. "O relacionamento com minha gravadora no Brasil é bom e estávamos discutindo essa ideia. Um dia perguntaram quais canções eu gostaria de lançar. Vai ser só no Brasil, não em outro território. Gosto quando as coisas acontecem assim", explicou.
Sem mistérios, ela contou o que os brasileiros podem esperar de suas apresentações por aqui. "Vamos tocar músicas que estão no novo disco e outras que são parte do meu repertório já. Isso é uma delícia, porque vamos incluir algumas músicas que as pessoas me pediram no Facebook. Eles dizem: 'você vai tocar no Brasil, então tem que cantar isso para mim'", contou ela, bem-humorada. "Então tenho uma lista e eu vou escolher algumas canções dela", completou.
Antes de terminar a conversa, Stacey Kent falou novamente de sua ligação com o Brasil. "Estou viajando o ano todo, durante muito tempo. Vamos visitar mais de 20 países em uma longa turnê. Não é só minha profissão que me faz ir ao Brasil, é também uma coisa pessoal. Eu não sei explicar o porquê, mas compartilho uma sensibilidade com o país. É assim", resumiu.
Stacey Kent falou do amor ao Brasil e dos shows que fará no País em novembro
A publicitária Michele Stefania e a vendedora Gabriela Ferracciu chegaram sozinhas ao parque e, enquanto esperavam os amigos, acabaram se tornando amigas
Foto: Vagner Campos / Terra
O Bourbon Street Fest comemorou neste ano sua décima edição com uma programação especial durante o mês de agosto, em São Paulo. Os destaques ficaram para as apresentações gratuitas e ao ar livre, nos dias 11 e 19 de agosto - o primeiro no Parque do Ibirapuera e o encerramento em frente ao Bourbon Street, em Moema, zona sul da capital paulista. Siga com a galeria e veja fotos dos shows e do público durante os nove dias de festival
Foto: Vagner Campos / Terra
Na abertura ao grande público, no Parque do Ibirapuera, as pessoas começaram a chegar ao local no início da tarde para curtir os shows
Foto: Vagner Campos / Terra
Os amigos Sebastian Colturi, Cláudia Colturi e Ricardo Tavares levaram salgadinhos e espumante para o parque
Foto: Vagner Campos / Terra
Este grupo de amigos comemorava o aniversário da arquiteta Mariana Antunes e levaram, além de bebidas, vários quitutes, como salame, quibe, esfiha, queijo e frutas
Foto: Vagner Campos / Terra
Com estilos diferentes, pessoas de várias idades chegavam ao Ibirapuera
Foto: Vagner Campos / Terra
Com máquinas fotográficas, as pessoas registravam os shows
Foto: Vagner Campos / Terra
Tony Hall foi o responsável por transformar a abertura do Bourbon Street Fest 2012 em um verdadeiro baile groove. O show aconteceu na sexta-feira (10), em São Paulo
Foto: Vagner Campos / Terra
A grande atração da noite subiu ao palco pouco depois da meia-noite
Foto: Vagner Campos / Terra
Tony Hall é considerado um gênio do baixo elétrico em New Orleans
Foto: Vagner Campos / Terra
Com apenas 15 minutos de show -e a pedido do próprio Tony -, boa parte do público já estava dançando em pé
Foto: Vagner Campos / Terra
A Storyville Jazz Band ficou responsável pela abertura da noite, com a atriz e cantora Bibba Chuqui
Foto: Vagner Campos / Terra
No repertório da Storyville Jazz Band estavam canções que fizeram sucesso na voz de Billie Holiday
Foto: Vagner Campos / Terra
As pessoas sentaram na grama para esperar o início das apresentações
Foto: Vagner Campos / Terra
O sol estava quente em São Paulo durante as apresentações no Parque do Ibirapuera, no dia 11 de agosto
Foto: Vagner Campos / Terra
A banda paulistana Orleans Street Jazz Band foi a primeira a se apresentar
Foto: Vagner Campos / Terra
Esta foi a décima edição do festival na capital paulista
Foto: Vagner Campos / Terra
O público começou a lotar o local no fim da tarde
Foto: Vagner Campos / Terra
A programação contou com shows também de Preservation Hall Jazz Band, Bonerama e Tony Hall & The Heroes
Foto: Vagner Campos / Terra
A Preservation Hall Jazz Band se apresentou no sábado (11), no Parque do Ibirapuera, durante a 10º edição do Bourbon Street Fest
Foto: Vagner Campos / Terra
A banda de jazz mais antiga de New Orleans tocou os clássicos do ritmo
Foto: Vagner Campos / Terra
O público acompanhou de perto o show da Preservation Hall Jazz Band
Foto: Vagner Campos / Terra
A banda Bonerama foi a segunda a subir no palco do Parque do Ibirapuera durante a 10º edição do Bourbon Street Fest, no sábado (11)
Foto: Vagner Campos / Terra
No palco, o grupo surpreendeu ao tocar com três trombones acompanhados por guitarra, baixo e bateria
Foto: Vagner Campos / Terra
Um grande público acompanhou o show da Bonerama no Parque do Ibirapuera
Foto: Vagner Campos / Terra
Para o grande público, Tony Hall fechou o segundo dia de festival em SP, no sábado (11), no Parque do Ibirapuera
Foto: Fernanda Santiago / Divulgação
O acordeonista Dwayne Dopsie e sua banda, The Zydeco Hellraisers, abriram a noite de shows da terça-feira (14), do Bourbon Street Fest
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Eles subiram ao palco da casa de shows Bourbon Music Street Club, em Moema
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Em show animado, eles mostram o ritmo zydeco, criado na Louisiana nos anos 50, é considerado um parente distante do forró
Foto: Léo Pinheiro / Terra
A banda Preservation Hall Jazz Band fechou a terceira noite de shows do Bourbon Street Fest, na terça-feira (14)
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Um casal de bailarinos acompanhou a apresentação
Foto: Léo Pinheiro / Terra
O grupo, fundado para garantir a preservação do ritmo como era tocado no século XX, completa 50 anos em 2012
Foto: Léo Pinheiro / Terra
A banda Playing for Change se apresentou na noite de quarta-feira (15), no Bourbon Street Fest
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Eles subiram ao palco do Bourbon Street Music Club, em São Paulo, e encerraram o quarto dia de shows do festival
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Antes mesmo de serem uma banda, os músicos ficaram famosos depois de interpretarem a canção Stand by Me em um documentário que teve 40 milhões de acessos no YouTube
Foto: Léo Pinheiro / Terra
A banda Bonerama abriu a quarta noite de shows do Bourbon Street Fest, na quarta-feira (15), em São Paulo
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Inovador, o grupo toca usando três trombones
Foto: Léo Pinheiro / Terra
No palco, os três músicos são acompanhados também por guitarra, baixo e bateria
Foto: Léo Pinheiro / Terra
O saxofonista Donald Harrison se apresentou, na noite de quinta-feira (16), no Bourbon Street Music Club, em São Paulo
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Antes da apresentação, Harrison visitou a favela de Heliópolis, em São Paulo, e ministrou uma palestra aos alunos do Instituto Baccarelli
Foto: Léo Pinheiro / Terra
O músico é conhecido como "o rei do nouveau swing" devido às misturas que faz com o jazz clássico e ao jogo de palavras que usa em suas composições
Foto: Léo Pinheiro / Terra
O pianista Henry Butler se apresentou no Bourbon Street Music Club, na noite de sexta-feira (17), em São Paulo
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Henry Butler investe na originalidade e não é considerado nada melancólico, como outros expoentes do ritmo
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Prata da casa, como é definido pela própria equipe responsável pela realização do Bourbon Street Fest, coube ao duo Mahogany Blue fechar as apresentações do festival na noite de sábado (18)
Foto: Fernando Borges / Terra
Influenciadas pela música gospel, que cresceram cantando na igreja, e também por Aretha Franklin, The Supremes e Sister Sledge, as meninas cantaram um sucesso da black music atrás do outro
Foto: Fernando Borges / Terra
Outro show arrasador da noite de sábado (18) foi o do acordeonista Dwayne Dopsie, que já havia se apresentado no festival na terça-feira (14)
Foto: Fernando Borges / Terra
O encerramento do Bourbon Street Fest, no domingo (19), atraiu famílias para as ruas de Moema, bairro da zona sul de São Paulo. O casal Marco Antônio e Nema Francisco levaram a pequena a Ana Beatriz, de quatro meses, para curtir os shows
Foto: Adriano Lima / Terra
Benjamin Copevani foi com a filha, Dora, de três anos e amiga Cristina Queiroz
Foto: Adriano Lima / Terra
João Dias Neto fez questão de levar a filha, Yolanda, de oito anos
Foto: Adriano Lima / Terra
O chefe de cozinha Zico Tangoda ficou encarregado do cardápio do evento
Foto: Adriano Lima / Terra
Uma fã de dois anos se divertiu no camarim do Playing For Change, no encerramento do Bourbon Street Fest, em São Paulo. A pequena Raphaela Dametto, dois anos, é fã da banda e chorou pedindo para tirar foto com Grandpa Elliott
Foto: Adriano Lima / Terra
O grupo Bonerama abriu o último dia do festival de música Bourbon Street Fest no domingo (19). Eles contagiaram o público ao tocarem seus instrumentos
Foto: Adriano Lima / Terra
O público lotou o festival de música Bourbon Street Fest, neste domingo (19), em São Paulo
Foto: Adriano Lima / Terra
Ao som de música africana, Shaka Zulu interagiu com o público fazendo uma performance em uma perna de pau no domingo (19), no Bourbon Street Fest
Foto: Adriano Lima / Terra
Durante a performance usando perna de pau, Shaka Zulu divertiu o público ao convidar algumas pessoas para dançar com ele
Foto: Adriano Lima / Terra
Henry chegou ao palco muito animando com o público. O conceituado pianista elogiou as mulheres presente no show deste domingo (19), no festival de música Bourbon Street Fest
Foto: Adriano Lima / Terra
Vasti Jackson se empolgou durante a apresentação de domingo (19), ao subir em cima de uma caixa de som que estava no palco e fazer um solo de guitarra para o público do Bourbon Street Fest
Foto: Adriano Lima / Terra
Grandpa Elliot demonstrou muito carinho com o público do festival de música Bourbon Street Fest, que aconteceu neste domingo (19), em São Paulo
Foto: Adriano Lima / Terra
A banda Playing For Change deu show no palco do festival de música Bourbon Street Fest, neste domingo (19), em São Paulo
Foto: Adriano Lima / Terra
Dwayne Dopsie fechou o Bourbon Street Fest em grande estilo, na noite de domingo (19). Eles contagiaram o público com muito carisma e músicas animadas
Foto: Adriano Lima / Terra
Considerado o arcodeon mais quente da América, Dwayne Dopsie animou o público ao solar em seu instrumento na noite deste domingo (19)