"Temos que mudar o nome desse país", afirma João Lee sobre homenagem a Rita
Produtor musical compareceu ao velório da mãe, Rita Lee, e declarou sua paixão pela história dela
O produtor musical João Lee, filho de Rita Lee, que morreu aos 75 anos, compareceu ao velório da cantora na manhã desta quarta-feira, 10, no Planetário do Ibirapuera, em São Paulo, e não deixou de declarar a sua paixão pela mãe. Questionado se Rita merecia virar um nome de uma rua na capital paulista, ele foi além.
"Uma rua, uma praça, uma avenida ainda seria pouco, pela quantidade de alegria que ela trouxe para as pessoas. Temos que mudar o nome desse país", declarou.
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Rita Lee morreu na segunda-feira, 8, na casa onde morava, em São Paulo. A artista, que lutava contra um câncer desde 2021, estava cercada da família.
Em conversa com jornalistas, ele exaltou a mãe.
"Minha heroína", disse. "Ela é minha heroína pela simplicidade, pela dignidade, pela honestidade que ela vivia dia a dia, mês a mês, ano a ano".
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João atribuiu a referência dos heróis a quem uma pessoa pode se tornar no futuro.
"São eles [os heróis] que moldam o nosso comportamento, são eles que acabam definindo de alguma forma quem somos, né? E, com certeza, se você perguntar para uma criança quem é o herói dessa criança, você vai ter uma chance muito grande de saber quem essa criança vai ser ao longo da vida dela", disse.
A admiração do produtor musical à mãe está também ancorada no que Rita construiu ao longo da vida como artista. Shows, livros, discos, e toda a sua arte foram citadas por ele como forma de inspiração para o rock brasileiro, além de toda uma geração.
"Ela é uma pessoa que realizou muitas coisas. Ela conquistou, ela fez tanta, mas tantas coisas ao longo da vida. [...] Uma loucura a quantidade de realizações que ela teve. [...] Era uma loucura a honestidade dela, sensibilidade dela em lidar com as pessoas, de entender as pessoas, a forma que ela tinha de se comunicar com o público, com o mundo", disse.
João também falou da boa relação que ele tem com os fãs da mãe. "Eu amo falar com cada um, é como se fosse uma extensão da minha família", declarou.
"Ela é uma pessoa muito única, muito única mesmo. Eu não sei se eu conheci uma pessoa tão igual na minha vida, mas eu tive privilégio de ter passado 43 anos com ela, aprendendo demais, recebendo os valores dela. Para mim ela vai ser eterna. Acho que para todo mundo", finalizou.
Fãs enfrentam chuva para se despedir
Os primeiros fãs, com muitos cartazes e capa de chuva, chegaram ao Planetário do Parque Ibirapuera por volta das 5h. A entrada ao público começou pontualmente às 10h.
Lucas, de 21 anos, carregava com ele um LP de Rita Lee e afirmou ser um grande fã da artista desde criança e que tem todos os discos dela.
"Com o passar dos anos foi aumentando cada vez mais a paixão. Eu lutei muito para tentar conhecer ela, infelizmente não consegui, mas coleciono tudo que é dela e ela é a coisa mais importante da minha vida atualmente", disse ele.
Quem também contou ser fã de Rita desde que ainda era criança foi Priscila, de 32 anos. "[Saber da partida dela] foi muito triste. A gente estava esperando esse livro dela novo, que ela pudesse fazer autógrafos de novo", lamentou a fã. "Ela representava liberdade, música, essência e vida! Sem ela o mundo fica mais cinza", acrescentou.
*Com colaboração de Vanessa Ortiz e Ícaro Malta.
