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Morre John Sykes, o guitarrista que mudou o Whitesnake

Talentoso músico de 65 anos que também integrou o Thin Lizzy, Tygers of Pan Tang e outros projetos lutava contra um câncer

20 jan 2025 - 19h11
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John Sykes com o Thin Lizzy em 1983
John Sykes com o Thin Lizzy em 1983
Foto: Brian Rasic / Getty Images / Rolling Stone Brasil

John Sykes morreu. O último guitarrista a fazer parte do Thin Lizzy em sua composição com Phil Lynott, também notório por ter ajudado a colocar o Whitesnake em outro patamar no meio da década de 1980, teve seu falecimento anunciado nesta segunda-feira (20).

Ele, que tinha 65 anos, lutava contra um câncer em região do corpo não especificada. A informação sequer era conhecida dos fãs, ainda mais porque Sykes esteve longe da vida pública nas últimas décadas.

Um comunicado publicado no Instagram (via site Igor Miranda), afirma:

"É com grande tristeza que compartilhamos que John Sykes faleceu após uma dura batalha contra o câncer. Ele será lembrado por muitos como um homem com talento musical excepcional, mas para aqueles que não o conheciam pessoalmente, ele era um homem atencioso, gentil e carismático cuja presença iluminava o ambiente.

Ele certamente marchou no ritmo de sua própria batida. Em seus últimos dias, ele falou de seu amor sincero e gratidão por seus fãs que permaneceram com ele durante todos esses anos.

Embora o impacto de sua perda seja profundo e o clima sombrio, esperamos que a luz de sua memória extinga a sombra de sua ausência."
John Sykes com o Thin Lizzy em 1983 -
John Sykes com o Thin Lizzy em 1983 -
Foto: Pete Still / Redferns / Rolling Stone Brasil

Um pouco sobre John Sykes

Nascido em 29 de julho de 1959, em Reading, na Inglaterra, John Sykes surgiu no Tygers of Pan Tang, banda que logo integraria a chamada NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal). Participou dos dois primeiros álbuns e estava colaborando com o terceiro quando entrou para o Thin Lizzy.

Sykes foi, ao lado de Scott Gorham, o guitarrista da formação derradeira do lendário grupo liderado pelo vocalista e baixista Phil Lynott, à época muito distante de seu auge. Participou apenas do disco Thunder and Lightning, lançado em 1983, ano em que a banda chegaria ao fim. Uma reunião aconteceria entre 1996 e 2009 sem Lynott, morto em 1986, em anos seguintes — e com John nos vocais.

Com o fim do Thin Lizzy em sua forma "convencional", Sykes estava livre no mercado. E logo foi chamado por David Coverdale para integrar o Whitesnake, à época passando por sérias dificuldades financeiras. O grupo fazia relativo sucesso, mas não estourava — e investimentos anteriores começavam a cobrar seu preço.

John Sykes (acima) com o Whitesnake em 1984 -
John Sykes (acima) com o Whitesnake em 1984 -
Foto: Koh Hasebe / Shinko Music / Getty Images / Rolling Stone Brasil

Sykes foi fundamental para este novo período, no qual o Whitesnake saiu de uma sonoridade influenciada pelo blues rock para mergulhar no hard rock em voga na década de 1980. Seu estilo forte e preciso de tocar guitarra deu o tom dos álbuns Slide It In (1984, na mixagem americana) e Whitesnake (1987), este último também conhecido simplesmente como 1987.

Os dois discos gravados por John no grupo de Coverdale são os de maior sucesso. Slide It In vendeu 6 milhões de cópias no mundo todo, enquanto 1987 ultrapassou a marca dos 25 milhões. Hits como "Is This Love", "Love Ain't No Stranger" e "Still of the Night" surgiram da parceria entre cantor e guitarrista — que romperam por um motivo tão besta quanto clássico no rock.

Durante as gravações de 1987, David Coverdale contraiu uma séria sinusite e precisou interromper as gravações. Quando voltou, descobriu que John Sykes estava comandando as sessões — e gerando gastos — sem sua autorização. O guitarrista, por sua vez, acusava o vocalista de enrolar o máximo que podia para fazer seu trabalho. Brigaram e nunca mais se reconciliaram. Sykes participou da turnê de Slide It In — que contou com dois shows históricos no Rock in Rio 1985 —, mas foi substituído antes mesmo do lançamento de 1987.

Dono de personalidade forte, John montou sua própria banda, o Blue Murder, que teve dois álbuns lançados entre 1989 e 1993, mas não repetiu o sucesso conquistado nos anos anteriores. Nos anos seguintes, o guitarrista se envolveu com uma nova encarnação do Thin Lizzy, assumindo também os vocais e registrando o disco ao vivo One Night Only (2000). Também trabalhou em uma carreira solo, que rendeu quatro trabalhos de estúdio entre 1995 e 2000.

John Sykes com o Thin Lizzy reformulado em 2007 -
John Sykes com o Thin Lizzy reformulado em 2007 -
Foto: John Horsley / Avalon / Getty Images / Rolling Stone Brasil

No século 21, pouco se ouviu falar a respeito de Sykes. Ele chegou a planejar um álbum solo chamado Sy-Ops, que teve duas faixas disponibilizadas: "Dawning of a Brand New Day" e "Out Alive", ambas em 2021, mas supostamente gravadas em meados da década de 2010. E parou por aí: o disco nunca chegou a público.

O músico ainda fez teste para entrar no Guns N' Roses em 2009, visando substituir Robin Finck — e não conseguindo mesmo com uma performance incrível devido à sua personalidade complicada —, e integrou a primeira formação do supergrupo The Winery Dogs, que com ele mal saiu do rascunho: o britânico logo sumiu de novo e deu lugar a Richie Kotzen, fluindo a partir daí. O mundo queria mais de John Sykes, mas por algum motivo ele não queria entregar. Que, agora, possa descansar em paz.

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