Música "A Noite" provoca disputa entre Tiê e Gusttavo Lima
Cantora critica regravação do sertanejo da versão brasileira de "La Notte", sucesso do italiano Giuseppe Anastasi
Regravação acende polêmica
A canção "La Notte", escrita pelo italiano Giuseppe Anastasi e originalmente lançada pela cantora Arisa em 2012, tornou-se motivo de controvérsia entre os cantores brasileiros Tiê e Gusttavo Lima. A música, que ganhou sua primeira versão em português na voz de Tiê em 2015, como parte da trilha sonora da novela "I Love Paraisópolis", foi regravada por Gusttavo Lima neste ano e rapidamente alcançou o Top 10 do Spotify Brasil.
Tiê criticou publicamente a nova versão e afirmou ao G1 que não teria autorizado a regravação: "Confesso que, na época em que Gusttavo Lima foi gravar, eu não achei legal. Ele estava envolvido com um monte de coisa, pedido de prisão, fugindo para Miami, na mesma semana… Falei: 'Putz, gente, eu não teria liberado'. Mas eu não tenho voz".
Resposta de Giuseppe Anastasi
Em entrevista ao programa "Domingo Espetacular", o compositor Giuseppe Anastasi, que detém os direitos autorais da obra original, destacou a importância das duas versões brasileiras. Sobre a interpretação de Tiê, afirmou: "Ela interpretou de uma maneira maravilhosa, por isso, sou muito grato a ela".
Em relação à regravação de Gusttavo Lima, Giuseppe destacou o potencial de alcance do sertanejo: "Gusttavo é um grande cantor brasileiro, com uma fama extraordinária". Ele explicou que a liberação da canção para regravação não dependeu dele diretamente, mas de seu editor.
Giuseppe também compartilhou a origem da música, escrita em 20 minutos após o término de um relacionamento: "Eu a deixei, só que eu estava apaixonado. Peguei a guitarra e 'La Notte' veio em 20 minutos. Tanto a melodia quanto o texto".
Resposta do escritório de Gusttavo Lima
Ao tomar conhecimento das críticas de Tiê, o escritório Balada Eventos, que representa Gusttavo Lima, rebateu a cantora em nota ao programa da Record TV. A empresa destacou que a liberação da música não dependia de Tiê e que a gravação ocorreu em junho, em Goiânia, com lançamento em agosto como parte do projeto "Embaixador Acústico".
O escritório também negou qualquer relação entre a gravação e as investigações envolvendo Gusttavo Lima, alegando que os procedimentos policiais ocorreram somente em setembro. Naquele mês, o cantor foi investigado por lavagem de dinheiro e organização criminosa pela Polícia Civil de Pernambuco, mas a ordem de prisão preventiva emitida em 23 de setembro foi revogada em menos de 24 horas. A defesa do sertanejo declara sua inocência e o caso permanece em investigação.