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'Ninguém nunca tinha cantado como eu', diz Ney Matogrosso no 'Conversa com Bial'; veja trechos

Celebrando 50 anos de carreira solo, o artista participou da programação comemorativa dos 60 anos da TV Globo. Confira os destaques da entrevista

25 abr 2025 - 14h45
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Ney Matogrosso foi convidado do Conversa com Bial na quinta-feira, 24, como parte da programação comemorativa dos 60 anos da TV Globo. Aos 83, o artista celebra 50 anos de carreira solo, inclusive com a estreia da cinebiografia Homem com H nos cinemas, em 1º de maio. O programa já está disponível na íntegra no Globoplay.

Pedro Bial recebeu o artista como "alguém que pode falar a respeito de música no reino da imagem". Ney apresentou sua versão da clássica Como Dois e Dois, composição de Caetano Veloso imortalizada nas vozes de Roberto Carlos e Gal Costa.

A conversa abordou a trajetória do artista, sua personalidade irreverente e a liberdade sexual. Tratou também da relação de Matogrosso com a TV, as novelas marcadas por sua voz, e as performances teatrais, singulares, que eternizam sua carreira.

"Ninguém nunca tinha cantado e vestido do jeito que eu me vestia. Ninguém tinha cantando com o rosto escondido como eu. Acho que muita coisa foi atiçando o povo", avaliou o artista. Pintar o rosto era uma forma de se "poupar do desprazer de não andar na rua, porque diziam que artista não andava na rua. Como é que eu ia perder o direito de andar na rua com 31 anos de idade?", disse Ney.

Ele relembrou o clássico musical do Secos & Molhados, exibido pelo Fantástico nos anos 1970 e responsável pela repercussão da banda em escala nacional. "Ali a história começou, detonou. Nunca tinham visto aquilo."

Na ocasião da gravação, ele conta, um diretor disse que não deveriam olhar para a câmera. "Eu olhei para a cara do fulano e disse: 'Eu vou olhar'. Porque exatamente o que eu pretendia, estando na televisão, era ser visto e me comunicar com as pessoas. Isso era proibido. E foi para o ar eu olhando", descreve Ney.

O arquivo foi perdido em um incêndio, mas, felizmente, outra gravação, feita para um programa dominical mexicano nos estúdios da finada TV Tupi, sobreviveu. O vídeo serviu de base para uma cena da cinebiografia que reproduz a apresentação de Sangue Latino.

O ator Jesuíta Barbosa, intérprete do artista em Homem com H, fez uma participação especial na entrevista. "Eu percebo que tem algo muito genuíno na corporeidade desse homem desde sempre. E isso aparece no trabalho do Ney de uma forma muito clara, muito bonita de ver. E eu também sempre tive vontade de ser o que eu era, não colocar nenhuma amarra", disse a Bial.

Os dois assistiram ao filme pronto juntos, lado a lado. "Ele chorou. Tive que fazer carinho nele", brincou Matogrosso.

Sobre sua sexualidade, o artista comentou sobre cobranças que recebe. "Não tenho nenhum impulso dentro de mim, por exemplo, para ir à Parada Gay. Não sinto essa necessidade. Querem o quê? Que eu me exponha mais do que já me expus? Não é necessário. Não levanto a bandeira. Eu sou a bandeira", disse.

Bial também destacou que Ney Matogrosso é o maior intérprete vivo de abertura de novelas, com oito canções. A primeira foi Bandido Corazón, feita para a novela Despedida de Casado, que acabou não estreando por ter sido barrada pela censura da ditadura militar.

Sobre o período, o artista diz não entender, até hoje, como a forte letra de Primavera nos Dentes, do Secos & Molhados, foi liberada, enquanto a faixa Tem gente com fome só passou pelo crivo dos militares em 1985, após várias tentativas.

Atualmente, a inconfundível voz do artista faz parte da trilha sonora de Vale Tudo, novela das 21h da Globo, em uma interpretação de Quase um Segundo, escrita por Herbert Vianna e gravada pelos Paralamas do Sucesso, Cazuza e Gal Costa.

Estadão
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