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"Ninguém tem ego ou energia pra discutir mais", diz Unisonic

Dennis Ward vem ao Brasil ao lado de Kai Hansen e Michael Kiske para se apresentar com o Unisonic no Monsters of Rock; festival acontece nos dias 25 e 26 de abril em SP

22 abr 2015 - 19h59
(atualizado às 20h00)
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Fãs de Helloween poderão reencontrar Kai Hansen e Michael Kiske, dois integrantes importantes na história da banda, com seu projeto Unisonic, uma das atrações do festival Monsters of Rock 2015. Embora a presença da dupla atraia a atenção dos fãs mais nostálgicos, é provável que a apresentação seja focada no trabalho atual do quintento. Com dois EPs e dois álbuns na bagagem, a banda promete mostrar canções novas e mais pesadas de eu disco mais recente: Light of Dawn (2014), mas sem deixar de fora um momento para os fãs da banda alemã de power metal, já que sempre tocam I Want Out em seus shows.

Foto: Facebook / Reprodução

O baixista Dennis Ward, conhecido pelo seu trabalho no Pink Cream 69, conversou com o Terra por telefone e falou sobre o momento da banda: todos são quase cinquentões, exceto Kai, que está com 52.

"Ninguém gosta de perder muito tempo. Nenhum de nós tem energia ou ego para discutir por horas por causa disso. Nós simplesmente queremos tocar. Trabalhamos assim e é saudável chegar ao ponto rapidamente", afirmou.

Leia a entrevista completa:

Terra - Vocês vieram ao Brasil em 2012. Qual é a diferença para o show em 2015?

Dennis Ward - Estamos mais sincronizados, mais coordenados. Essa é uma grande diferença. Temos mais músicas e podemos entregar mais material. Isso pode tornar tudo mais interessante. As novas canções são mais pesadas e isso será mais divertido para os fãs.

Terra - Como será o show aqui?

Dennis Ward - Bom, teremos apenas 55 minutos, o que não é muito tempo. Vamos provavelmente para o lado mais pesado. Não é tempo suficiente nem de um álbum. É difícil, mas tenho certeza que vamos dar conta. Posso garantir muita diversão para o público.

Terra - Como foi o processo de composição do último disco já que você tomou as rédeas da composição? Você se preocupa como as músicas soarão ao vivo?

Dennis Ward - Eu não me preocupo de maneira alguma. Você precisa se concentrar na música e ponto. Depois você descobrirá. Algumas delas soam ótimas no estúdio e não funcionam ao vivo. Às vezes ao contrário. Alguma faixa é somente OK no disco e fica ótima ao vivo. É questão de você testar e tomar decisões. Para nós é tudo uma escolha se elas ficam bem ao vivo ou não. Agora é mais fácil. Com dois discos podemos ser mais seletivos. Quando eu escrevo, eu simplesmente componho. Depois nós discutimos se há algum problema ou não.

Dennis Ward (esq.) durante show do Unisonic na Rússia em 2014
Dennis Ward (esq.) durante show do Unisonic na Rússia em 2014
Foto: Facebook / Reprodução

Terra - É m processo trabalhoso?

Dennis Ward - 

Eu trabalho muito sozinho porque moramos longe uns dos outros. Eu gravo algumas ideias e mando para os outros caras. Aí surgem ideias, opiniões, sugestões e críticas. Todos trabalhamos assim. Discutimos tudo por telefone, Skype, e-mail. Ficamos jogando ideias uns nos outros. Alguns dias são ótimos, mas algumas vezes nada acontece. É um tipo de arte. Não é fácil ter resultados se algo não está funcionando. Dito isso, quando temos nossas ideias e arranjos mais básicos, aí sim nos encontramos no estúdio de ensaio. Foi o que fizemos no último álbum. Ficamos trancados por seis dias indo música por música trabalhando em introduções, melodias, solos. Jogando ideias no ar com microfones de todos os lados para que pudéssemos gravar qualquer ideia de surgisse. 

Terra - E no estúdio essa dinâmica muda?

Dennis Ward - Experimentamos tudo rapidamente. Testamos algo, concordavámos ou não, e íamos para a próxima ideia. Nada de ficar conversando a respeito. Nada de discussões sem razão. Foi a maneira mais eficaz de se trabalhar num disco que vi na minha vida. Todos foram muito profissionais. Não havia espaço para egos. Concordávamos ou não, votavámos e eventualmente alguém vinha com uma ideia melhor. Este é o ponto onde Kai é muito bom. Ele poderia não gostar de um trecho, mas os outros sim. Ele então voltava duas horas depois com algo novo e era melhor. Isso pode motivar um compositor a surgir com ideias muito rapidamente. Eu gosto de trabalhar assim.

Terra - É um processo mais maduro? Há brigas?

Dennis Ward - 

Eu não lembro de ter nenhuma briga por causa de uma música. Nós sempre soubemos o que queríamos fazer ou não. Sempre foram discussões muito rápidas. Ninguém gosta de perder muito tempo. Nenhum de nós tem energia ou ego para discutir por horas por causa disso. Nós simplesmente queremos tocar. Trabalhamos assim e é saudável chegar ao ponto rapidamente.

Terra - Você gosta de procurar novidades na música ou é um cara ligado aos clássicos?

Dennis Ward - Sim e não. Eu gosto de procurar coisas às vezes e ver o que está rolando. Não vou mentir, e isso não tem nada a ver música boa ou ruim. Cheguei numa idade em que não sinto tanto tesão por música nova porque eu já conheço muita música antiga. Tudo o que eu ouço soa inferior de alguma forma. Eu fico com os clássicos ao ouvir música por diversão. Sabe? Não tento procurar o lado mais moderno do mercado. Não me importo tanto.

Fonte: Terra
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