O rap é delas: as garotas que ganharam respeito pela rima
Formando um grupo heterogêneo, Lurdez da Luz, Karol Conká, Tássia Reis e Pérolas Negras contam como é ser ser mulher no rap hoje em dia
Quatro cantoras não são suficientes para mostrar toda a presença feminina no rap brasileiro atual. Mas o que não falta no discurso de cada uma das entrevistadas neste especial é representatividade. Lurdez da Luz, Karol Conká, Tássia Reis e o trio Pérolas Negras carregam muitas semelhanças: a vontade de provar que eram capazes de seguir uma carreira musical, que sabiam rimar e, principalmente, que estavam prontas para investir o que tivessem para fazer isso virar realidade.
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Como se sentissem que fazem parte de um grupo emergente, todas elas perguntavam: “quem mais vocês vão entrevistar?”. A curiosidade mostra o que para elas é uma realidade. Apesar de minoria, já não conseguem mais enxergar a “barreira” que afastava o rap da feminilidade e a agora terão cada vez mais companheiras.
Karol estava na correria. Alguns minutos depois do papo com o Terra, ela faria um show no Centro Cultural Banco do Brasil para apresentar o repertório de Batuk Freak. Do quarto do hotel no Centro de São Paulo, a rapper parecia ter as respostas na ponta da língua. Mas não por resultado de uma boa assessoria, e sim por pura firmeza em suas ideias. Falou sobre ser mulher no rap e como seu jeito “atrevido” a ajudou a decidir o próprio rumo da carreira.
Lurdez também não estava em seus dias mais tranquilos. Para a nossa entrevista, chegou esbaforida, mas pronta para falar sobre seu novo trabalho do jeito que mais gosta, com eloquência de sobra e pé no chão. Em poucos minutos, ficou nítido por que seu nome ganhou respeito não só na cena do rap e hip hop. Sincera a respeito do seu trabalho, ela mostrou que “sucesso” é uma palavra cheia de significados, e que tomar as rédeas da própria música é mais importante que aparecer no horário nobre.
O sucesso das duas mostra que as mulheres não ganharam mais destaque no rap brasileiro por uma “onda”. Lurdez e Karol fazem músicas bem diferentes e ambas são admiradas por Tássia, que diferente do palco ainda se mostra mais tímida em entrevistas. A “novata” estava prestes a ver seu primeiro EP ganhar vida e tinha na voz a ansiedade de quem está começando a vislumbrar uma carreira como a de suas colegas.
Foi esse mesmo sonho que levou Alice, Jennifer e Mariana ficarem conhecidas pelo nome de Pérolas Negras. Dividindo o tempo entre a escola e o estúdio, elas falaram, direto de onde tudo começou, no Vidigal, sobre como o hip hop pode ser o melhor emprego do mundo.
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