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Para Nasi, bandas de rock brasileiras são muito pudicas

Ex-vocalista do Ira! lançou biografia oficial, 'A Ira de Nasi', no ano passado, destrinchando fatos polêmicos de sua vida e dos bastidores do rock em SP

21 mar 2013 - 15h55
(atualizado às 16h00)
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<p>Cantor durante pocket show realizado na sede do Terra, em São Paulo, na noite de terça-feira, </p>
Cantor durante pocket show realizado na sede do Terra, em São Paulo, na noite de terça-feira,
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

O rock vive um novo auge no Brasil. Ao menos é assim que Nasi, ex-vocalista de uma das mais conhecidas bandas do estilo no País, analisa a cena nacional atual. Para ele, um bom exemplo disso é a parceria entre o Terra e a rádio Kiss FM, inaugurada na noite da terça-feira passada (5) com show do cantor e transmissão ao vivo, direto do portal, do programa Alternativa Kiss, apresentado pelo locutor Marco Antônio. No entanto, essa boa fase é acompanhada por algo que o cantor vê como inerente ao rock nacional: a falta de "atitude" dos roqueiros. 

Famoso pelo estilo de vida que tanto tem pautado o rock desde o surgimento do gênero - cujo slogan mais conhecido é "sexo, drogas e rock´n´roll" -, Nasi, 51 anos, vê os músicos da cena nacional um tanto tímidos, quase sempre avessos à rebeldia tão característica na história da música pesada pelo mundo. "Tirando eu, o Marcelo Nova e o Lobão, em geral os roqueiros no Brasil são muito pudicos, evitam polêmicas, têm discursos muito certinhos. A cena brasileira acaba sendo, assim, muito auto-indulgente, porque ninguém bota a cara para bater, todos querem ficar exaltando artista de MPB, essas bobagens. Não é legal", disse em entrevista exclusiva ao Terra.

Para ele, faltam no País artistas com atitudes mais sinceras, algo comum nos EUA e Reino Unido e bem distante da realidade histórica do rock nacional. "O bacana do rock é o embate que ele tem, as rivalidades entre as bandas, entre os diferentes estilos. É legal ver a disputa entre Rolling Stones e Beatles, Oasis e Pulp. No Brasil, tudo é muito policiado. Qualquer coisa que você diz vem fã clube xiita xingar. E os roqueiros acabam compactuando com isso."

A característica desejada pelo músico fica escancarada em A Ira de Nasi, biografia assinada pelos jornalistas Mauro Beting e Alexandre Petillo que se propõe a esmiuçar a carreira do cantor, também conhecido por discursos tipicamente proferidos por estrelas internacionais, como o de ter transado com mais de mil mulheres ao longo da vida.

Lançado no ano passado, o livro entra na onda dos cada vez mais comuns trabalhos do gênero, que incluem biografias lançadas nos últimos anos por nomes como Keith Richards, Ozzy Osbourne, Nikki Sixx e, no Brasil, Lobão. 

"O rock é um estilo de vida e de música que envolve um monte de loucuras, o que, obviamente, atiça a curiosidade das pessoas", teoriza, exaltando o fato de não ter visto como obstáculo a necessidade de revelar assuntos pessoais e resgatar acontecimentos de dentro do próprio Ira!, cuja história se confunde com a própria construção do rock paulistano. "Minha vida sempre foi um livro aberto. Não tive problemas em expô-la, porque sempre fiz isso. Só que, desta vez, abordei as coisas com maior profundidade."

Novos tempos

Desde a dissolução do Ira!, em 2007, Nasi tem procurado diversificar suas atividades. Além da carreira solo, cujo terceiro e mais recente trabalho, Perigoso, foi lançado no ano passado, o músico tem investido cada vez mais em trabalhos como profissional da mídia, exercendo as funções de apresentador e entrevistador. 

Na Kiss FM, por exemplo, ele comanda há cinco anos o programa 90 Minutos, focado em debates sobre música e futebol. Na televisão, será a estrela de Nasi Noite Adentro, atração do Canal Brasil que estreia em maio, na qual visitará lugares inusitados de São Paulo, destacando os curiosos personagens locais. Em breve, também estreia, ao lado de Mauro Beting, um programa de debates no canal pago esportivo Band Sports. Isso só em 2013.

Tantos projetos o fizeram finalmente distanciar os pensamentos em relação ao Ira!, banda que deixou após quase três décadas de estrada devido a desentendimentos com seu irmão, o ex-empresário da banda Airton Valadão Jr., e com os ex-colegas de estrada.

"Não consigo me imaginar voltando ao grupo", afirma, sem tons de lamento. "Desejo sorte a outros membros, mas minha carreira está ótima. Consegui conquistar um espaço no gosto do público de rock que leva meus shows a estarem sempre cheios. Além disso, pelo lado pessoal, não temos mais afinidades, amizade. Então, simplesmente perdi a vontade. São novos tempos."

Fonte: Terra
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