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Entre pistas e palco, baterista diz que Travis estará "em chamas" no Brasil

Neil Primrose, que vem ao Brasil com o Travis para o Planeta Terra, falou sobre expectativa do primeiro show no País

11 set 2013 - 11h55
(atualizado às 12h34)
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<p>O quarteto escocês Travis</p>
O quarteto escocês Travis
Foto: Getty Images

A vida dupla de Neil Primrose seria facilmente roteiro de qualquer sonho adolescente. Seu principal trabalho: tocar bateria em uma banda de rock que faz turnês por todo o mundo. Nas horas livres, pilotar carros de corrida. O músico escocês conversou com o Terra por telefone e falou sobre a primeira visita oficial da banda ao Brasil, que subirá ao palco do Planeta Terra Festival, no dia 9 de novembro, no Campo de Marte, em São Paulo.  O quarteto, que também conta com Fran Healy, Andy Dunlop e Dougie Payne, também toca na edição argentina do festival, em Buenos Aires, no dia 14 do mesmo mês.

<p>Nas horas vagas, Neil é piloto de corrida</p>
Nas horas vagas, Neil é piloto de corrida
Foto: Getty Images

Nome forte dentro do britipop, o Travis chama a atenção por ser uma banda escorada por um público fiel e por manter sua formação original dos integrantes. Seu disco mais recente, Where You Stand – o sétimo da carreira -, chega depois de um intervalo de cinco anos.

“Naturalmente, quando envelhecemos nos comprometemos com família e amigos de forma diferente. Essa é a razão por qual tiramos cinco anos de folga. Queríamos passar tempo com essas pessoas, ter um pouco de folga um do outro e da indústria musical. Estamos totalmente recarregados e prontos para tocar”, disse Neil.

Este tempo afastado do palcos fez com que o baterista, fã de Ayrton Senna, se aproximasse de outra paixão, o automobilismo. “Adoro estar em um carro de corrida. Amo a engenharia dos carros. É parecido quando estamos no palco com a banda. Você enxerga tudo, olha para os outros e tudo tem que estar afinado e em sintonia”, afirmou o escocês, que competiu em diversas categorias automobilísticas incluindo provas badaladas em Le Mans, Spa-Francorchamps e Nurburgring.

Longe das corridas e focado nos palcos, a atual turnê do Travis inclui as canções de seu álbum mais recente, mas também privilegia sucessos que consagraram a banda, como Sing, Side Flowers in the Window, Re-Offender e Why Does Is It Always Rain on Me?, estas que estão nos celebrados discos The Man Who (1999), The Invisible Band (2001) e 12 Memories (2003).

“Até lá faremos alguns ensaios em Londres e também temos uma pequena turnê nos Estados Unidos. Quando chegar a hora do Brasil, já estaremos em chamas”, disse o baterista.

Confira a entrevista:

Esta é a primeira vez do Travis no Brasil. Como está a expectativa pelo show?

Estamos muito empolgados em ir ao Brasil para tocar. A única vez que pisamos em solo brasileiro foi durante uma conexão para outro lugar. Acabamos ficando só por algumas horas. Vai ser muito legal ficar um pouco aí, conhecer pessoas, absorver um pouco da cultura e claro, fazer shows.

<p>Neil Primrose é baterista do quarteto Travis</p>
Neil Primrose é baterista do quarteto Travis
Foto: Getty Images
Já conversou com alguém sobre como são os shows aqui?

Não conversei com nenhum músico que tenha tocado no Brasil recentemente. Mas eu amo as pessoas, amo a empolgação do público e a comida daí. Sou um grande fã de Ayrton Senna. Será uma experiência completamente nova para nós.

Fale sobre o disco Where You Stand. Como foi o clima entre vocês durante a gravação?

Nós nos divertimos muito juntos durante o processo de composição. Colaboramos muito entre nós com ideias e fazendo jams para as demos iniciais. Fizemos muitas horas de músicas para ter músicas suficientes para o disco. Nosso produtor Michael (Illbert) foi a alguns shows e também nos trouxe muitas ideias. A colaboração é uma longa estrada. Sentimos que é o álbum mais forte que já fizemos. É puro Travis. Tem melodia e músicas ótimas. Tem uma sonoridade boa por causa da nossa produção. Estamos recebendo vibrações boas de todo o mundo.

Antigamente, sem a Internet, não existia essa resposta instantânea dos fãs. Vocês são bem ativos no Facebook. Como lidam com isso?

A resposta dos fãs é ótima. É muito bom ter feedback, comunicação e nos relacionar com eles. Isso é fantástico. Por outro lado, digo que a Internet não paga artistas, músicos, compositores, escritores e cineastas de forma adequada. A internet tem tirado o a fonte de renda de muita gente. Ela é boa para o usuário final, mas não é tão boa para o mundo criativo pois dificulta nossa sobrevivência.

Como está a agenda até o show aqui?

Até lá faremos alguns ensaios em Londres e também temos uma pequena turnê nos Estados Unidos. Quando chegar a hora do Brasil, já estaremos em chamas.

Qual é a diferença do Travis de 1997 e o Travis de 2013?

Acho que lá atrás, quando começamos a subir na nossa carreira, não tínhamos tantas responsabilidades e tantas preocupações. É um estilo de vida de um jovem. Naturalmente, quando envelhecemos nos comprometemos com família e amigos de forma diferente. Essa é a razão por qual tiramos cinco anos de folga, para poder passar tempo com essas pessoas, ter um pouco de folga um do outro e da indústria musical. Estamos totalmente recarregados e prontos para tocar. Essa é a melhor coisa que fazemos, estar nessa banda. Era o que queríamos desde o começo, ter uma banda comprometida a tocar por muito tempo, gravar uns quinze álbuns. Estamos no meio do caminho. É bom ser parte disso.

Hoje em dia bandas gravam um ou dois discos e acabam brigando ou se separando...

...Eles se separam porque a Internet está fazendo com que eles não ganhem dinheiro com sua música. Temos sorte de ter uma boa base de fãs que nos apoia. Isso faz com que nossa banda sobreviva. Para as bandas novas é algo terrível. Eles não estão ganhando dinheiro. Não há dinheiro na indústria musical porque a internet mudou o formato dos negócios. Se pudéssemos ter o controle sobre a distribuição na Internet as coisas seriam bem melhores. Esse é o grande problema. Por sorte o Travis tem muitos fãs em função de sua história. As novas bandas não têm a mesma oportunidade que tivemos.

<p>Os músicos do Travis</p>
Os músicos do Travis
Foto: Getty Images
O que você diria para as novas bandas? Ou para a indústria musical?

Tudo o que precisamos é de igualdade para o artista que faz música e compõe boas músicas. As pessoas só querem ser pagas por aquilo que fazem. Os artistas têm uma paixão por fazer música, arte, livros e filmes. Esse desejo sempre existirá, mas é preciso que exista um pagamento em troca. Músicos que estão disponibilizando suas canções não estão ganhando o que merecem. É necessário que exista um filtro e que se defina que vai ganhar e quem vai baixar.

Além da música, você também é um apaixonado pelo mundo da velocidade.

Sempre amei carros e tenho sorte da banda me dar esse tipo de oportunidade de correr profissionalmente. Já corri de kart, ralí e em diversos tipos de carros. Competi em Le Mans e em Spa-Francorchamps. Já tenho alguns troféus. Vou bem e sou muito competitivo. Correr para mim é uma experiência muito boa. Adoro estar em um carro de corrida. Amo a engenharia dos carros. É parecido quando estamos no palco com a banda. Você enxerga tudo, olha para os outros e tudo tem que estar afinado e em sintonia.

Fonte: Terra
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