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Pocah critica 'objetificação', se compara a Lady Gaga e fala sobre nudez: "Eu faço arte"

Funkeira lança EP 'A Braba é Ela', que resgata as raízes da artista no gênero que a lançou no mercado musical

14 set 2023 - 21h01
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O novo trabalho da funkeira também é carregado de elementos da história pessoal de Pocah
O novo trabalho da funkeira também é carregado de elementos da história pessoal de Pocah
Foto: Reprodução/ Instagram

Por muito tempo, o lugar da mulher no funk era a limitado à dançarina. As pioneiras, como Tati Quebra-Barraco, Deize Tigrona e Valesca Popozuda, para citar apenas algumas referências, começaram a mudar esse cenário. Mas no imaginário popular ainda predomina a ideia de que o gênero musical trata a mulher como produto.

Talvez seja por isso que a funkeira Pocah afirma que sempre precisa responder a alguma pergunta sobre objetificação feminina em suas produções. 

"Quando eu faço um clipe, eu faço arte. Lady Gaga já apareceu nua, Britney Spears tem muita pele, é arte, eu vejo como arte. Quando eu vejo outra mulher em um clipe com muita pele à mostra, eu enxergo como arte", defendeu, durante coletiva de imprensa para promover o EP A Braba É Ela, disponível nas plataformas de streaming a partir desta sexta-feira, 15. 

Para a Pocah, a objetificação feminina fica a cargo de quem olha para a mulher.

"A objetificação está no olhar de quem vê; a maldade do olhar da pessoa. Canto que sou livre, e por isso que eu sou 'braba'. Eu me entendo como uma mulher poderosa, como uma grande potência", afirma. 

O legado que Pocah quer deixar

Pocah estreou no mundo do funk em 2011, ainda sob o nome artístico de MC Pocahontas. Ela mal tinha chegado aos 18 anos e, apesar de almejar o sucesso, não tinha certeza de uma carreira que posteriormente seria marcada por dezenas de prêmios, centenas de shows e mais de 1 bilhão de plays nas plataformas digitais. 

Vários desses hits vieram carregados de versos empoderadores. "Abaixa o tom, respeita a mamãe aqui", canta ela na faixa Não sou obrigada, de 2019. A artista lembra com carinho de suas influências. 

"Quando eu comecei a cantar, não tinham muitas mulheres [no funk]. Tinham as mulheres-fruta, tinha a Marcelle, a Sabrina, mas não era como hoje. (...) Elas são talentosas, fizeram seu nome em cima do talento delas. Acredito que elas encorajaram outras, assim como fui encorajada por elas a cantar minha liberdade", disse. 

A partir de agora, Pocah quer ser para as meninas o que recebeu de quem veio antes: referência. O desejo é de "deixar algo valioso", como ela mesma citou.

"Toda hora nasce um MC novo, uma artista nova do funk, do pop funk, e eu espero que elas aprendam alguma coisa, que eu possa deixar algo valioso, e que elas continuem com isso. O que eu quero, para o nosso movimento com as mulheres no funk, é que elas jamais desistam, e que ninguém desmotive elas", acrescentou.

Sobre o EP 'A Braba É Ela'

O EP segue a tendência em voga na indústria musical: a mistura, com o funk como base. Dá para esperar o tamborzão tradicional do beat, funk melody e até trap-funk. 

O novo trabalho da funkeira também é carregado de elementos da história pessoal de Pocah. Em Assanhadinha, ela relata uma história real, de quando pulou o muro para curtir um baile de favela. O clipe foi gravado em Campos Elísios, comunidade que sedia o Baile da RQ, que a artista frequentava antigamente.

A faixa, como as demais músicas do trabalho, busca reafirmar os laços de Pocah com o funk e suas origens. 

"Tive o desprazer de ver pessoas comentando sobre apropriação, que eu estava me apropriando da favela. Muitas vezes essa pessoa nem sabe quem sou eu, não sabe da minha história e nem de onde eu vim, e está falando besteira. Gravei [a música] na minha comunidade, onde eu cresci, onde gravei minha primeira música. Eu sou do funk carioca", decreta. 

Fonte: Redação Terra
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