Por que Beyoncé parou de lançar videoclipes
Artista costumava investir pesado no aspecto visual de sua música, mas tem focado exclusivamente na sonoridade
Videoclipes se tornaram importantes da divulgação de artistas de todos os gêneros desde o advento da MTV, em 1980. Alguns souberam explorar isso de forma única, como Beyoncé. A cantora já até mesmo pensou álbuns inteiros como projetos audiovisuais, com clipes gravados para todas as faixas de um disco.
Todavia, a americana não investe mais nesse formato. E há uma razão para isso.
Em entrevista para a GQ Magazine, Beyoncé explicou o motivo de seus dois álbuns mais recentes - Renaissance (2022) e Cowboy Carter (2024) - não contarem com nenhum videoclipe lançado. A postura deve seguir por tempo indeterminado, já que a artista parece ter uma nova opinião a respeito do aspecto visual de sua música.
Nas palavras dela:
Achei importante que, durante uma época em que tudo o que assimilamos é o visual, o mundo pudesse focar na voz. A música é tão rica em história e instrumentação. Ela leva meses para se digerir, pesquisar e entender. A música precisa de espaço para respirar por conta própria."
Roubo de protagonismo
Beyoncé acredita que os videoclipes e a imagem associada ao som podem roubar o protagonismo da música, que deve ser sempre o produto principal. Mesmo assim, as apresentações ao vivo seguem como superproduções. A cantora completou:
Às vezes o visual pode ser uma distração da qualidade da voz e da música. Os anos de trabalho duro e detalhes colocados em um álbum... isso leva mais de quatro anos! A música é o suficiente. Os fãs de todo o mundo se tornaram visuais. Todos nós temos o visual na turnê. Então temos mais visual no meu filme."
O filme citado pela artista é Renaissance: A Film by Beyoncé (2023), que reúne um show completo da turnê e um documentário a respeito da produção. Foi o sexto projeto do tipo executado pela cantora, que também assume a direção.
Beyoncé: inspiração e trabalho
Na mesma entrevista, Beyoncé foi perguntada a respeito de inspirações, tanto na música quanto nos filmes. A artista citou vários que vêm chamando sua atenção nos últimos tempos.
Raye, Victoria Monét, Sasha Keable, Chloe x Halle e Reneé Rapp. Eu amo Doechii e GloRilla, e acabei de ouvir That Mexican OT, ele é de Houston... ele manda bem! Eu realmente gosto de 'Please Please Please', de Sabrina Carpenter, e acho que Thee Sacred Souls e Chappell Roan são talentosos e interessantes. Sou obcecada com a minha bebê ( Miley Cyrus)... sou uma Smiler."
Por outro lado, a própria Sra. Knowles-Carter admite que recorre aos clássicos. Filmes e séries do momento também foram citados.
A verdade é que eu passo a maior parte do meu tempo ouvindo os clássicos, como Stevie Wonder, Marvin Gaye e músicas de artistas do selo Stax. Eu acabei de ver aquele documentário. É tão bom! Recomendo muito. O melhor filme que vi esse ano foi Divertida Mente 2. Acho que é brilhante e atualmente estou assistindo House of the Dragon e The Chi."
Além de produzir e dirigir os filmes que abordam suas turnês, Beyoncé também tem carreira como atriz. Seu primeiro papel em Hollywood foi no musical Carmen: A Hip Hopera (2001). A cantora também esteve na comédia Austin Powers em o Homem do Membro de Ouro (2002), no remake em live-action de O Rei Leão (2019), da Disney, e outros, além de trilhas sonoras.
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Colaborou: André Luiz Fernandes.