Preta Gil é capa da Vogue Digital: "Envelhecer é natural"
A cantora Preta Gil é capa da edição digital da revista Vogue. Além de estampar o rosto da icônica publicação de moda, a artista concedeu uma entrevista ao veículo, onde refletiu sobre o seu amadurecimento, os seus vinte anos de carreira e sobre como foi o processo do seu letramento racial.
O ensaio da capa foi feito por uma equipe majoritariamente feminina e preta, e livre de edições, um dos pedidos da artista foi para ser retratada de forma natural com as suas dobras, estrias e marcas.
"A Preta Gil envelheceu, o que é muito natural. Não encaretei, ao contrário, tenho a mesma paixão pela vida. Encaretar é parar no tempo e neste sentido eu sou bem Raul Seixas: uma metamorfose ambulante", diz a cantora.
No bate-papo com a jornalista Claudia Lima, a cantora relembrou o lançamento do seu álbum de estreia, o Prêt-à-Porter, que foi lançado em 2003 e trouxe para debate diversas questões importantes e inéditas para época, marcando o início da trajetória do nome Preta Gil no mundo da música.
"Aquela capa foi tratada com sensacionalismo desde o início, não houve lugar para reflexão. Chocou muito as pessoas. Para mim, era natural mostrar quem eu era, mas hoje vejo que foi uma ingenuidade. O Brasil daquele momento não estava preparado para uma mulher preta, gorda, que se assumia bissexual e falava abertamente sobre isso", refletiu a cantora.
Confira a capa: