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Reportagem de revista denuncia suposta ligação de produtoras de funk com o PCC

Love Funk e GR6 são investigadas pela Polícia Federal por suspeitas de envolvimento com a facção criminosa

25 out 2024 - 18h31
(atualizado às 18h38)
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Foto: Divulgação/GR6 e Love Funk / Pipoca Moderna

Márcio Geraldo Alves Ferreira, o Buda, integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) e um dos maiores assaltantes de banco do Brasil, é apontado como um dos controladores da Love Funk, produtora de funk de São Paulo, segundo reportagem da revista Piauí. A publicação afirma ter conseguido acesso à investigações da Polícia Federal (PF) que indicam que, em junho de 2023, Buda pressionou Henrique Alexandre Barros Viana, o Rato, formalmente o proprietário da empresa, por mudanças administrativas na produtora.

Investigação da Love Funk

Conversas interceptadas pela PF na Operação Latus Actio revelaram ameaças veladas e pedidos de ajustes internos. Buda teria tentado organizar um plano de resgate, mas a tentativa foi frustrada pelo setor de inteligência penitenciária do Estado de São Paulo.

Os áudios analisados mostram disputas e desentendimentos entre os integrantes da Love Funk. Rato enviou uma gravação a Moisés Teixeira, conhecido como Careca, outro suposto integrante do PCC, afirmando: "Ele [Buda] fica armando tabuleiro dentro da cadeia".

Com crescimento durante a pandemia, a Love Funk movimentou R$ 170 milhões entre 2019 e 2022 e atualmente gerencia cerca de 200 artistas, incluindo nomes conhecidos do funk como MC Paulin da Capital, MC Lipi e MC Paiva. Segundo a Receita Federal, o sucesso financeiro da produtora estaria sendo alimentado por fontes suspeitas.

Investigação da GR6

Outra produtora, a GR6, também é investigada pela PF. Rodrigo Inácio de Lima Oliveira, fundador da GR6, é suspeito de movimentações financeiras suspeitas e de tentativa de abrir uma offshore nas Bahamas, segundo a Piauí. O empresário, entretanto, declarou patrimônio modesto e chegou a se cadastrar no auxílio emergencial do governo.

A PF apurou que Oliveira mantém relações com pessoas próximas ao PCC. Em uma das conversas capturadas, Muller Souza, gerente financeiro da GR6, alertou Oliveira sobre um repasse possivelmente vindo do tráfico de drogas: "Que é de droga, pode até ser". A defesa de Souza e Oliveira negou envolvimento com lavagem de dinheiro e afirmou que a investigação está em sigilo.

Rifas ilegais

A reportagem também aponta que membros da GR6, como o influenciador Vitor Hugo dos Santos, mantêm rifas ilegais e pagam propinas a policiais para evitar fiscalizações. Em conversas reveladas pela PF, MC Ryan, cantor agenciado pela GR6, afirmou pagar 7% do valor arrecadado nas rifas para policiais, a fim de garantir a continuidade de suas atividades.

"Eles [policiais] queriam 1 milhão e meio [de reais], já baixamos para 800 depois foi para 500, agora eu falei para eles que vão mandar um café lá para eles 50 mil… aí ele falou que ia ficar de conversar com o pessoal dele ia me dar uma resposta até sexta-feira… isso aí é pressão, eles vão querer dar uma pressãozinha… […] porque eles querem é mais dinheiro", disse Vitor Hugo a Ryan em mensagem de áudio encaminhada via WhatsApp em 28 de fevereiro deste ano. No dia seguinte, o MC envia para o amigo uma contabilidade das rifas, dizendo ter arrecadado R$ 13,9 milhões e que costuma pagar 7% desse valor a policiais civis de São Paulo.

Procurada pela Piauí, a defesa de Vitor Hugo não se manifestou. Nem Ryan nem seus advogados foram localizados pela reportagem.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo declarou que medidas legais e administrativas serão tomadas após o recebimento da documentação da PF sobre as suspeitas.

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