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Mais enigmático do que Marshmello é sua presença no Rock in Rio

Atração sem estofo para o palco Mundo é sinal de esgotamento de material humano com bala na agulha para entreter uma multidão por mais de uma hora

4 set 2022 - 00h01
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É um senhor ato de marketing antes mesmo da existência de qualquer coisa. Marshmello é um homem sem rosto. Ou melhor, um homem que se apresenta com a cabeça enfiada em uma caneca branca, com dois olhos em formatos de X e uma boca larga. Ele é um enigma com um apelo bem chinfrim: o que importa a imagem se o que vale é a música? Então, se é assim, por que Marshmello não fica em casa e manda as músicas pela internet? Ele é, ou quer ser, um eterno mistério, mas não é por nada disso que está acima da compreensão humana. O que talvez leve algumas gerações para ser entendido é outra coisa: que raios deu na cabeça do Rock in Rio para que ter essa criatura no palco Mundo?

Ah, mas a plateia estava cheia. Sim, estava, e se Tirulipa Junior cantasse ali, ensanduichado entre tantas atrações, também teria uma plateia enorme à sua frente. O problema que leva ao jovem faceiro se tornar um ruído pode ser de proposta. Como uma noite que acaba de ter Racionais MC's e Xamã logo ali ao lado pode ter Marshmello? Os números, os números. Marshmello tem quase 30 milhões de seguidores no Instagram e 45 milhões de ouvintes mensais no Spotify. Se ele for mesmo quem dizem que é (e isso vai dando uma preguiça...), se trata de Christopher Comstock, um produtor de 30 anos que nasceu na Filadélfia. O que ninguém lhe tira é ao menos um grande sucesso: Happier, que ele mostrou quando o show já caminhava para o fim. Foi com essa tecno balada fofa que o homem caneca conseguiu ser escutado até agora por mais de 1 bilhão e setecentas mil pessoas no Spotify.

Estaria então justificada a presença de Marshmello no palco principal do maior festival de música do País? Não, e mesmo se o quesito ainda for relevância. Número por número, Paul McCartney não chega a 4 milhões de seguidores. Mas diga então quem? perguntaria Roberto Medina. Quem mais poderia estar em um festival que precisa de ao menos quatro atrações enormes em cada um dos sete dias de evento. O mundo não tem produzido essas criaturas de dois em dois anos, e é por isso que devemos dizer amém quando o Iron Maiden voltar pela 200ª vez.

Estadão
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