Público se revolta com demora em fila para tatuagem gratuita no Rock in Rio
Muitas pessoas relataram ter enfrentado longas horas de espera, em filas mal organizadas e com pouca informação
No segundo dia do Rock in Rio 2024, a atração das tatuagens gratuitas oferecidas no festival gerou revolta entre o público. Muitos fãs relataram ter enfrentado longas horas de espera, em filas mal organizadas e com pouca informação sobre o funcionamento do serviço. Entre eles estava Alana Andrade, de 24 anos, moradora do Recreio dos Bandeirantes, que descreveu sua frustração com a experiência.
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“Cheguei às 3 da tarde, e só consegui fazer a tatuagem depois das 7. A organização foi péssima, eles não controlavam a fila e ninguém nos informava sobre o tempo de espera. Fiquei horas no sol e perdi boa parte dos shows que queria assistir”, afirmou Alana.
Ela também relatou que a preferência foi dada aos influenciadores para a realização de tatuagens, afirmando que essa prática desconsidera o público geral. Segundo ela, enquanto muitos fãs estão pagando parceladamente por seus ingressos e enfrentando longas filas, blogueiros são privilegiados com horários agendados e passam na frente do resto das pessoas que participam do festival.
Além disso, Alana criticou a falta de estrutura da ação. “Estamos falando de uma marca que tem condições de melhorar a organização, mas colocaram apenas quatro tatuadores para atender centenas de pessoas. Todo mundo quer aproveitar a oportunidade de eternizar o momento com uma tatuagem, mas fica difícil quando a organização é ruim. A fila estava cheia, e parecia que eles não sabiam como lidar com isso,” desabafou. Segundo ela, muitos fãs, assim como ela, se esforçam para participar do festival e esperam um serviço de melhor qualidade em iniciativas como essa.
Outra participante que ficou desapontada com a situação foi Andressa Paladino, de 41 anos, que também enfrentou horas na fila sem saber se conseguiria fazer a tatuagem. “Informaram que seriam 70 tatuagens no dia, mas quando começamos a contar, havia apenas 44 pessoas na fila, incluindo algumas com necessidades especiais. Mesmo assim, travaram o acesso e disseram que não atenderiam mais ninguém. Faltavam 26 vagas, e ninguém nos explicava o que estava acontecendo,” relatou Andressa.
Além da falta de informação, Andressa criticou a atitude de alguns funcionários no local. “Quando tentamos questionar, fomos tratadas com grosseria. A responsável pela fila disse que não precisava nos explicar nada. Ficamos sem saber por que tantas vagas estavam sobrando, mas a fila foi bloqueada. Isso deixou todos muito revoltados,” contou.
Apesar da frustração, Andressa não se arrependeu de ter tentado: “Sabíamos que havia um risco de não conseguir, mas o que realmente incomodou foi a falta de transparência. Se desde o início tivessem informado o número exato de tatuagens disponíveis, a gente aceitaria. Mas o problema foi o jeito como lidaram com a situação, e a fila sendo interrompida sem justificativa."
Procurado pelo Terra, o Procon-RJ informou que fiscais receberam reclamações do tempo de espera na fila e da falta de organização. "O Procon Estadual determinou que a quantidade diária de tatuagens fosse informada de forma clara e precisa e que houvesse organizador de fila para que os consumidores pudessem ficar de maneira organizada. O que foi adequado na hora pelo fornecedor. Não foram identificados influencers no momento da fiscalização", diz nota enviada pelo Procon-RJ.