Roberta Medina nega preocupação com vaias ao sertanejo no Rock in Rio: 'Será um dos momentos mais marcantes'
Cantores como Luan Santana e Ana Castela se apresentam no Dia Brasil, em 21 de setembro, no show 'Para Sempre Sertanejo'
Para muita gente, fazer um show sertanejo no Rock in Rio era impensável há algumas edições. Roberta Medina discorda dessa visão. Em conversa com o Terra, a vice-presidente executiva da Rock World, empresa responsável pelo evento, apostou na apresentação do gênero como um dos momentos mais marcantes para a edição de 2024 e afastou preocupações relacionadas a uma possível falta de aceitação do público.
O Rock in Rio começa nesta sexta-feira, 13. Acompanhe o Terra para ficar por dentro de tudo que acontecer no maior festival de rock do Brasil.
A primeira vez do estilo musical no Rock in Rio já acontece em grande estilo: no Palco Mundo. Artistas como Chitãozinho & Xororó, Ana Castela, Luan Santana e Simone Mendes se apresentam no Dia Brasil, que será realizado em 21 de setembro, no show Para Sempre Sertanejo.
A decisão da organização repercutiu e muita gente questionou a presença do gênero em um evento que leva a palavra rock no nome. Para Roberta Medina, essa ideia é uma bobagem. A filha de Roberto Medina, idealizador do festival, garante que o Rock in Rio já nasceu diverso.
"Vejo o consumo da música de uma forma muito mais democrática. Hoje, as pessoas conseguem acessar conteúdos diversos de uma forma muito mais fácil, e o Rock in Rio é um reflexo do que todo mundo quer ver", destacou.
Assim como o sertanejo, o funk ganhou espaço no palco principal do festival não há muito tempo. Em 2018, Anitta entrou na grade de atrações do Rock in Rio Lisboa, em Portugal. A apresentação caiu no gosto do público, e a cantora carioca repetiu a dose no palco Mundo em 2019.
Segundo Roberta, gêneros populares como o funk e o sertanejo passam a ser cogitados para o line-up do evento quando se tornam megapopulares.
"Na hora que o funk se popularizou, virou o tamanho do Rock in Rio. O festival é mainstream, é de estilos diversos. Desde que ele foi criado, já tinha heavy metal, já tinha MPB, já tinha jazz no mesmo pacote. Quando o funk escala, passa a ter 'feat' com o público do Rock in Rio. O trap foi a mesma coisa e o sertanejo também", disse.
Público 'agressivo' é passado
Há quase 40 anos, o Rock in Rio estreava com um show de Ney Matogrosso, que entrou no palco ao som de América do Sul. A apresentação ficou marcada na história do festival. No entanto, um pequeno 'inconveniente' chamou a atenção da mídia em 1985: algumas pessoas jogaram ovos cozidos no palco durante o show do cantor.
Episódios de intolerância com gêneros musicais diversos se seguiriam com a apresentação de Lobão, em 1991, que chegou a abandonar o palco, e Carlinhos Brown, em 2001. O comportamento, de acordo com a vice-presidente executiva da Rock World, é passado. Roberta garante que não há preocupações quanto à reação do público nos shows sertanejos.
"Entendo que são momentos onde, culturalmente, tem uma adaptação do público, uma determinada oferta, uma experiência. Todas as vezes que eu ouço o Ney falando da primeira edição do Rock in Rio, não é essa versão que ele conta. É a versão da potência, de chegar ali naquele personagem, encarar o público, fazer o público virar e passar a estar jogando do lado dele", argumenta.
"O sertanejo já é o maior consumo de música do Brasil há muitos anos, mas ganha uma abertura também no sudeste, em uma região mais pop rock, completamente diferenciada que é indiscutível. Eu tenho certeza absoluta que o show Para Sempre Sertanejo vai ser um dos momentos mais marcantes", completa.
Roberta espera repetir o sucesso do estilo musical que marcou outro festival do grupo Rock World. Na primeira edição do The Town, em São Paulo, um dos momentos mais marcantes foi quando os músicos do cantor Bruno Mars tocaram a música Evidências, um clássico sertanejo de Chitãozinho & Xororó, criando um coro emocionante do público.
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