Rock in Rio 2024: Fui ao festival antes do início e te conto tudo o que você precisa saber
Edição comemorativa de 40 anos começa nesta sexta-feira, 13
Já era fim de tarde quando o evento teste do Rock in Rio 2024 começou na Cidade do Rock na última quarta-feira, 11. Diferentemente da chuva e da lama que marcaram a edição histórica de 1985, o calor intenso, que elevou os termômetros a 36ºC às 16h, fazia meu suor escorrer debaixo de um sol torrencial.
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De repente, a calça que eu escolhi para ir não parecia mais uma boa opção. As jaquetas de couro e as botas pesadas características do looks do festival, então, eu recomendaria deixar no armário. Essa foi a primeira sensação que tive, assim que entrei no 'templo' da música: um calor difícil de ignorar.
Por isso, a primeira dica que dou, como alguém que esteve por lá antes que o gramado se encha de fãs apaixonados, é apostar em roupas frescas para curtir o evento. Pelo menos neste primeiro final de semana de Rock in Rio, a previsão é de muito calor no Rio de Janeiro.
A capital fluminense foi atingida por uma onda quente que tomou parte do Brasil e deve registrar até 38ºC já no sábado, 14. A sensação térmica se torna, particularmente, menos ‘sofrida’, por causa das ilhas de hidratação por todo o festival.
Festival 'dribla' calor no Rio com distribuição de água
Para o Rock in Rio deste ano, é permitido levar garrafinhas de plástico de até 500ml com tampa. Os cerca de 176 bebedouros agrupados nos pontos de hidratação oferecem água gratuita para o público e, mesmo sem um recipiente, dá para 'botar a boca' embaixo do fluxo para matar a sede.
Eu, aliás, tentei dessa maneira, mas recomendo o uso da garrafinha se não quiser fazer 'bagunça' - o fluxo é forte! Em alguns pontos, há também estações para refrescar a galera com pulverizadores de água.
Arrisco a dizer, inclusive, que há mais bebedouros na Cidade do Rock do que banheiros. Agora, resta saber se nos dias do festival os locais serão disputados e alvos de filas, assim como os banheiros.
No domingo, no entanto, há uma possibilidade de garoa durante a noite. Quem for para assistir bandas como Evanescence e Avenged Sevenfold, uma capa de chuva na mochila é uma boa pedida.
Novidades e adrenalina renovam o evento nos 40 anos
Debaixo de sol, participei da coletiva de imprensa onde Roberta Medina reforçou os números e as novidades da edição deste ano. A diretora do festival falou com paixão sobre a programação e abriu um sorriso entre uma resposta e outra quando viu a esquadrilha da fumaça pintar o céu de azul e vermelho para anunciar o início do evento.
Além do show de fogos de artifício característico do encerramento de cada dia do festival, a esquadrilha da fumaça vai marcar presença para abrir, oficialmente, todas as datas. A grandeza da ação vem junto com a comemoração de 40 anos do festival, que virou realidade em janeiro de 1985, em uma edição histórica.
Outra novidade destacada pela filha de Roberto Medina foi a distância entre os palcos mais esperados pelo público: o Mundo e o Sunset. Além do Palco Sunset ter crescido, ele, agora, fica mais perto do principal para quem não quer abrir mão de assistir a programação dos dois. Segundo a diretora, a distância nova é de 400 metros.
Resolvi testar essa caminhada na prática, com cronômetro e tudo! Andei de uma posição razoável do Palco Sunset até o Mundo, e esse trajeto durou exatos 2 minutos e 30 segundos.
É realmente mais perto e mais confortável, mas vale lembrar que fiz esse teste durante o evento inaugural do festival. Por lá, nem de perto tinha a quantidade de pessoas que estarão nos dias oficiais. Não tive que abrir passagem e nem me espremer na multidão!
Mais próximo do Palco Sunset, está outra novidade do Rock In Rio 2024: o espaço Global Village. A proposta é recriar a arquitetura e monumentos icônicos de diversos países. Dei uma passadinha por lá e curti, especialmente, a versão da Casa Branca, dos Estados Unidos, e de um Iglu! O Brasil, claro, também foi representado no espaço com um bar de samba carioca.
Pertinho dali, o Espaço Favela também foi 'incrementado'. O palco que celebra a cultura urbana brasileira ganhou projeção e dois grandes telões. A atração que eu mais criei expectativa no evento, aliás, cantou por lá e animou a todos.
O embaixador do Espaço Favela, Xande de Pilares, levantou os convidados com um pocket show que ia de samba à MPB, sem perder o fôlego. Minha dica para os que vão no dia 21 de setembro é assistir a apresentação do carioca no Palco Sunset.
Se eu fiquei encantada com a participação de Xande, o sentimento deu lugar ao medo e ao suor nas mãos quando decidi testar alguns brinquedos do parque de diversões do Rock in Rio. Para quem gosta dessa adrenalina, tem várias opções: as mais 'lights', tirolesa e roda gigante e as 'punks', mega download, montanha-russa e discovery.
Como queria viver a experiência 100%, escolhi o mega download, logo um desses mais hard core. O brinquedo é um torre em queda livre e, da fila, eu já conseguia ouvir os gritos do pessoal de lá de cima.
Enfrentei uma espera rápida e logo sentei em uma das cadeiras com visão para os palcos principais. Queria ter a visão panorâmica lá de cima, bem ideia de principiante. Quando a estrutura subiu, só consegui fechar os olhos e esperar a descida assustadora, com a trilha sonora dos gritos da galera.
Brincadeiras à parte, curti a experiência, mas acho que vale a pena ir só uma vez. Fiquei com gostinho de quero mais e queria ir na montanha-russa, mas não consegui a tempo. Já o discovery, não tive coragem nenhuma! O brinquedo roda de cabeça para baixo e acho até uma má opção para os que pretendem beber no festival. Vai que dá vontade de vomitar?
Por ser um evento teste, não precisei agendar minha participação no parque e nem enfrentei grandes filas. Mas para quem curte a adrenalina, a dica é reservar logo o seu lugar através do aplicativo oficial do Rock in Rio e ter paciência na hora da espera.
Musical traz 'magia' de 1985
Não, ele não começa com "ô ô ô, Rock in Rio!". O musical Sonhos, Lama e Rock and Roll é outra novidade na Cidade do Rock nesta edição e já abre com o famoso verso "sonhar mais um sonho impossível", da música eternizada na voz de Maria Bethânia.
A apresentação é dinâmica, emocionante e, talvez, minha atração preferida na quarta-feira. Com Rodrigo Pandolfo no papel de Roberto Medina, fui transportada à 1984, quando o Rock in Rio era apenas uma ideia difícil de executar.
Os 40 minutos de musical passaram voando na arena olímpica escolhida para a montagem. Me diverti, me emocionei com as canções que vão desde Queen à Skank e voltaria mais uma vez, para cantar junto novamente.
Quem quiser assistir ao espetáculo nos dias de festival, deve se informar dos horários das sessões e aparecer por lá, sem necessidade de marcação. Com capacidade de 790 pessoas, serão 4 apresentações de 40 minutos por dia, entre 15h e 21h.
O saldo da visita foi mais que positivo e fiquei feliz em ver que a edição comemorativa de 40 anos está com uma estrutura à altura de sua importância. O evento teste terminou com um pocket show do Barão Vermelho, banda que esteve na primeira edição do festival.
A configuração, claro, não é mais a mesma. À época do primeiro Rock in Rio, Cazuza comandava os vocais do grupo de rock e fez questão de dar um recado da juventude a um Brasil que passava por uma redemocratização após a ditadura.
Eu não estava lá na icônica primeira edição de 1985, mas pude ouvir novamente, palavra por palavra, desse discurso. O atual vocalista do Barão, Rodrigo Suricato, encerrou o show com Pro Dia Nascer Feliz e repetiu: "Que o dia nasça lindo para todo mundo amanhã. Um Brasil novo, uma rapaziada esperta. Valeu!". Assim, não tem sexta-feira 13 que dê azar para o Rock in Rio 2024.
O festival acontece nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro na Cidade do Rock, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.