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Rock in Rio: Demi Lovato desafina feio, mas banda segura tudo

Artista precisa entregar no palco o que faz nos estúdios; sorte que a seu lado estavam a guitarrista Nina Strauss e a baterista Britanny Bowman

4 set 2022 - 22h18
(atualizado às 22h38)
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Demi se apresenta no Rock in Rio
Demi se apresenta no Rock in Rio
Foto: Reprodução

Tem algo de muito sério acontecendo enquanto Demi Lovato canta no palco Mundo. Seu álbum, Holy Fvck, e todo seu show, são mais pesados do que o rock que ela fez na origem de carreira. Era um rock pop, se tornou um punk rock - um movimento quase contrário do que se vê nas bandas em geral. Mas o rock, não nos iludamos, está em franca ascensão. Não o rock and roll raiz, de bandas garageiras, mas esse, bem produzido, com entradas por portas do pop e, sobretudo, feito por mulheres. Demi tem um discurso de vida rock and roll por ter sobrevivido a males trazidos pelas drogas e usa isso muito bem em sua música. Holy Fvck é sobre isso, e seu show também.

O som da banda é pesado, bem pesado, mas seu vocal parecia que não chegaria ao fim do show. Desafinadinha, Demi não mostrava no início estar à altura do grupo. Demorou algum tempo para se estabilizar, algo que só aconteceu um pouco lá pela canção La La Land. Antes disso, fez sua parte um tanto frouxa em temas ferozes como Substance, Eat Me e Substance. De qualquer forma, foi uma visão nova: tínhamos agora, depois de longos dois dias e meio, uma banda de alguém com menos de 35 anos de idade. Uma banda, com pessoas tocando de verdade.

Aliás, é preciso falar da banda, e de como a guitarrista Nina Strauss é importante nisso tudo. Nina, 35 anos, também chamada de Furacão, viajava pelo mundo tocando com Alice Cooper até ser chamada por Demi. A revista Guitar World fez uma lista das "dez guitarristas femininas que você deve conhecer" e lá estava Nina, em primeiro lugar. Ela não brinca. Sua guitarra Ibanez é cortante, feroz, técnica e explosiva. Brittany Bowman, a baterista, também é um arraso.

Demi precisa entregar ao vivo o que faz em estúdio. É curioso que nos agudos, tudo fica bem. Mas quando algo sai de sua pequena zona de afinação, é muitas vezes uma trave atrás da outra. A primeira parte de Iris, por exemplo, um de seus clássicos maiores, parecia outra música de tão fora do tom. Já em City of Angels, um dos petardos do álbum novo, sua voz foi perfeita o tempo todo, com direito ao vibrato lindo que ela conseguiu reencontrar. Skyscraper, com o momento luzes da plateia, mostrou o mesmo problema. Parte grave fora, parte aguda dentro. Na música 29, mais traves.

Demi é parte de uma cena nova, em que muitas mulheres brancas migram ou remigram para o rock. Com a aceitação dos fãs nas alturas, elas não param de surgir com discos pesados e posturas valentes. Mas o rock, ao contrário do pop, costuma ter plateias mais atentas. Não dá pra ser qualquer nota.

Estadão
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