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Rock in Rio: Jason Derulo mostra mulheres, mulheres e mais mulheres

Com apenas um discurso visual, o próprio corpo e o de suas bailarinas, cantor faz uma hora de apresentação parecer uma eternidade

3 set 2022 - 21h25
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Jason Derulo é o tipo de artista que nos faz lembrar de que estamos em 2022. Existe música sobre o palco, mas ela é quase minoria, e muito disso graças aos longos braços do Tik Tok. Mas é bom lembrar das origens. Derulo é, antes de cantor, um dançarino. Cria de Miami, filho de pais haitianos (e daí o sotaque francês sempre que ele diz "muito obrigado"), seu sobrenome real é Desrouleaux. Estudou balé na Dillard Center, na Flórida, e graduou-se na American Musical and Dramatic Academy, em Nova Iork. Tudo para dizer o quanto a dança está presente em sua vida.

Seus shows abrem logo com o que importa, sucessos. Wiggle foi o hit que ele gravou com Snoop Dog e Take You Dancing se tornou uma de suas explosões de Tik Tok. Vê-lo dançar ao lado de suas bailarinas e seus rapazes é algo, até certo ponto, forte. Tem tudo ali. Street dance, break, balé contemporâneo, tudo com a leveza dos 32 anos e uma grande simpatia na fala. Seu canto é daqueles que parecem vir com um protools embutido, o que não é bom. Mas ninguém, e estamos em 2022, está ligando para isso.

A certa altura, ele pára o show pra dizer que gosta do funk brasileiro, aponta para o telão e chama as bailarinas para dançarem todos a música Ai Preto, de L7nnon & Biel do Furduncinho. Imediatamente, e isso não precisa de checagem, os seguidores desses dois explodiram. Mas Derulo é um playbacker, e isso também nos lembra dos novos tempos. Sua banda minúscula é colocada no fundo do palco, de forma que nem as câmeras que captam imagens para os telões os vejam. Afinal, o trio lá do fundão toca uns 60% do que se ouve, enquanto a base gravada dá conta do resto.

Derulo vai se despindo e quando chega ao estouro It Girl, já está sem camiseta. Na seguinte, Don't Wanna Go Home, faz a primeira parte toda ao lado de uma dançarina até que as outras cheguem. Em Shots, de novo. Só em Trumpets, um momento fofo, com o filhinho no colo, as bailarinas não voltam. Existe um discurso visual que seu espetáculo usa sem cessar, o que o torna cansativo não por questões morais, mas de criatividade. Só mulheres maravilhosas e pernas de fora não garantem uma grande noite, mas Derulo parecia sensualizado ainda mais por estar no Brasil, e se sentia em casa. Faltou música.

Estadão
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