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Saiba tudo sobre verniz para guitarra

A aplicação do verniz em uma guitarra ultrapassa questões estéticas. Usado como componente principal de proteção do instrumento, pode até influenciar no timbre da guitarra. A partir do momento em que os instrumentos começaram a ser fabricados em madeira, foi necessário utilizar algo para protegê-los. Seja para proteger do músico (o suor pode causar muito […] The post Saiba tudo sobre verniz para guitarra appeared first on Cifra Club.

1 jun 2022 - 12h12
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A aplicação do verniz em uma guitarra ultrapassa questões estéticas. Usado como componente principal de proteção do instrumento, pode até influenciar no timbre da guitarra.

O verniz é um acabamento que garante proteção e estética para a guitarra (Foto/Pexels)
O verniz é um acabamento que garante proteção e estética para a guitarra (Foto/Pexels)
Foto: Cifra Club

A partir do momento em que os instrumentos começaram a ser fabricados em madeira, foi necessário utilizar algo para protegê-los. Seja para proteger do músico (o suor pode causar muito desgaste, basta ver como ficam as ferragens douradas) ou da ação da natureza, pois os cuidados com a madeira aumentam a durabilidade do instrumento. A partir daí, surge a necessidade do verniz para guitarra.

Isso ocorre porque as madeiras usadas na fabricação de instrumentos musicais são bem frágeis. As madeiras alder, basswood e o marupá, por exemplo, são facilmente danificadas com qualquer batidinha. Outras, como o maple, tendem a deformar ou talvez até rachar sob a influência de sais, ácidos, umidade ou uma combinação dessas influências.

Neste artigo, você confere quais são os tipos de verniz mais aplicados nas guitarras elétricas.

Quais são os tipos de verniz para guitarra?

São quatro, conforme elencados abaixo:

  • goma laca;
  • nitrocelulose;
  • poliuretano;
  • óleo dinamarquês.

Agora, vamos conversar um pouquinho sobre cada um deles.

Verniz de goma laca

A goma laca - ou esmalte - foi o material pioneiro para o acabamento de violinos e violões, dando uma sensação natural e orgânica ao instrumento. Isso acontece, sobretudo, porque esse revestimento facilita a respiração da madeira. Além do brilho suave, a laca proporciona uma inconfundível cor de mel.

Violino com acabamento em goma laca; a madeira respira e entrega brilho natural (Foto/Internet)
Violino com acabamento em goma laca; a madeira respira e entrega brilho natural (Foto/Internet)
Foto: Cifra Club

A desvantagem de goma laca é a dificuldade da aplicação. É essencial ter alguma experiência para aplicar esse tipo de acabamento na guitarra. Além disso, os sinas de desgaste ao longo do tempo são inevitáveis. Em contrapartida, trata-se de um produto 100% natural. Nesse sentido, a goma vem com flocos diluíveis em álcool. Os flocos são uma resina endurecida extraída de insetos.

Curiosamente, a goma laca também é usada como isolante para os fios de cobre que você encontra nos captadores da guitarra (como nos PAF).

Verniz de nitrocelulose

Em sua forma bruta, a nitrocelulose é um composto altamente inflamável, utilizado para explosivos. Essa substância bruta é então dissolvida em acetona e, em seguida, é pulverizada ou escovada, endurecendo e formando um filme muito fino.

Esse verniz tem secagem rápida e, consequentemente, facilita o polimento do instrumento. Além disso, quando a acetona evapora, a nitrocelulose forma uma película de proteção na madeira. Ademais, quando se aplica várias camadas, elas se fundem e formam uma camada só, bem mais espessa.

Uma propriedade única da nitrocelulose é que ela mantém esse estado de evaporação constantemente. Assim, o solvente continua a evaporar muito depois da nitrocelulose secar ao toque, até mesmo após ser polida. Na prática, isso significa que:

  • a camada de nitrocelulose continua a ficar cada vez mais fina ao passar dos anos;
  • esse verniz é mais propenso a riscos.

Tal qual a goma laca, a nitrocelulose pode mostrar algum desgaste depois de muito uso. Basta dar uma olhada nas guitarras vintage, como essa Les Paul aí na imagem abaixo.

Verniz de nitrocelulose também apresenta os inevitáveis desgastes do tempo – ou seriam “marcas de batalha”? (Foto/Internet)
Verniz de nitrocelulose também apresenta os inevitáveis desgastes do tempo – ou seriam “marcas de batalha”? (Foto/Internet)
Foto: Cifra Club

Estes pontos de desgastes são um resultado direto do atrito. Outra característica valorizada na nitrocelulose é sua capacidade de formar essas "craquelações" maravilhosas. Se a guitarra é sujeita às variações bruscas de temperatura, a tinta vai se expandir e contrair a uma taxa diferente do que a madeira, o que resultará em rachaduras no acabamento.

A nitrocelulose pode ser tingida de qualquer cor desejada. Porém, o corante e o verniz mudam de cor ao longo do tempo. Nesse sentido, a nitrocelulose começa cristalina, mas acaba descolorando e ficando mais opaca. Por sua vez, o corante vai desaparecendo e o verniz amarelando, criando aquela pátina encantadora que tanto amamos.

Verniz de poliuretano

O poliuretano é um composto orgânico que é, essencialmente, uma combinação de grandes monômeros à base de carbono. Suas aplicações são várias, incluindo colas resistentes, fibras sintéticas (Spandex) e verniz para guitarra.

Ao contrário da nitrocelulose, o poliuretano não vai raspar com o desgaste e o uso pesado. O acabamento será sempre brilhante, apesar dos inevitáveis arranhões e pontadas. Outra diferença importante é a sua baixa resistência aos fortes impactos. Se isso acontecer, seu instrumento ficará com umas manchas no acabamento que são quase impossíveis de serem removidas.

Observe que o desgaste do poliuretano é “menos estiloso”, quando comparado à nitrocelulose (Foto/Internet)
Observe que o desgaste do poliuretano é “menos estiloso”, quando comparado à nitrocelulose (Foto/Internet)
Foto: Cifra Club

A aplicação do poliuretano na guitarra requer uma camada mais grossa, pois essa substância não derrete e não funde. Logo, não deve ser aplicada em várias camadas. Ademais, o endurecimento do poliuretano baseia-se numa reação química do composto com o ar ou com produtos químicos do verniz, ao passo que outros vernizes (tais como goma laca e nitrocelulose) dependem de uma evaporação do solvente.

Por fim, saiba que o poliuretano só sairá do seu instrumento com uma raspagem pesada. Além disso, o seu desgaste é intenso, sempre deixando "nacos" de acabamento, e comprometendo a estética da guitarra.

Óleo dinamarquês

O óleo dinamarquês (Danish Oil) e o Tru-oil são do mesmo tipo, mas feito por diferentes fabricantes. No entanto, o funcionamento é semelhante. O óleo é esfregado sobre a peça e polimeriza-se com o ar (fica rígido, solidificado, seco), formando uma película.

Guitarra incrível da Crimson Guitars, com acabamento em óleo polimerizado (Reprodução/Internet)
Guitarra incrível da Crimson Guitars, com acabamento em óleo polimerizado (Reprodução/Internet)
Foto: Cifra Club

Uma vez que a reação química necessária para secar o óleo é exotérmica (produz o próprio calor), os panos usados para limpar o óleo podem entrar em combustão espontânea. Por isso, é indispensável deixar esses panos sempre estendidos no chão, pois o calor gerado pode inflamar o óleo.

O óleo não é, de forma alguma, tão combustível quanto a nitrocelulose. Porém, sempre é melhor prevenir do que remediar.

Apesar do risco, óleos polimerizados são fáceis de aplicar, já que não é necessária a utilização de equipamentos industriais. Os resultados são impressionantes: um brilho com uma sensação natural, orgânica.

Agora que você aprendeu tudo sobre verniz para guitarra, que tal enviar este artigo para a sua comunidade guitarrística? Desse modo, mais pessoas terão as recomendações necessárias acerca deste acabamento.

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