Selvagens à Procura de Lei anuncia nova formação e álbum "mais pesado da carreira"
Vocalista e guitarrista Gabriel Aragão é o único remanescente do grupo anterior e confirma retomada seis meses após hiato marcado por controvérsia
O Selvagens à Procura de Lei está de volta com uma nova formação. O vocalista e guitarrista Gabriel Aragão, único remanescente da configuração anterior, confirmou a retomada das atividades da banda cearense de rock alternativo junto a Plínio Câmara (ex-Casa de Velho) na guitarra, Matheus Brasil (ex-Projeto Rivera) na bateria e Jonas Rio (ex-Left Inside) no baixo.
O primeiro passo desta nova etapa será conhecido em 14 de fevereiro. Neste dia será lançado "Pra Recomeçar", primeiro single do novo álbum, Y, cuja data de lançamento será revelada em breve. Uma turnê nacional também acontecerá nos próximos meses.
Em comunicado, Aragão afirma que o novo trabalho — quinto sob o nome da banda — promete ser o mais pesado até agora. Ele afirma:
"Essa nova fase da banda vem com gosto de retomada das raízes. Eu sinto um paralelo enorme com o primeiro e o segundo disco. Eu estava com muita, mas muita saudade de fazer rock. Entreguei tudo nesse disco."
O vocalista e guitarrista destaca, ainda, o vínculo com os "novos companheiros de luta": todos são de Fortaleza e fãs do Selvagens à Procura de Lei.
"Acredito que todos que passaram pela banda (e foram muitos) são insubstituíveis. Digo isso com muito respeito ao nosso legado. Da mesma forma, os novos integrantes trazem o seu DNA. Estou muito confiante, já ensaiamos juntos e tudo flui bem. Soa mais rápido e mais pesado nas músicas rock, e também mais preciso e delicado nas músicas suaves."
Rompimento tumultuado
A confirmação do retorno do Selvagens à Procura de Lei chega a público pouco mais de seis meses após a notícia de um hiato que gerou divergências e o rompimento com os músicos que completavam a formação junto a Gabriel Aragão: Rafael Martins (guitarra), Caio Evangelista (baixo) e Nicholas Magalhães (bateria). Na época, Aragão anunciou uma pausa nas atividades, mas os agora ex-colegas divulgaram uma nota conjunta para afirmar que não houve acordo relacionado a este intervalo — embora Martins tenha dito antes, em entrevista ao jornal O Povo, que a interrupção era real.
Em trecho de seu comunicado, Martins, Evangelista e Magalhães declararam no período:
"Há algumas semanas, fomos surpreendidos com uma mensagem de texto do Gabriel dizendo que a banda faria uma pausa por única decisão dele, o que não representa a nossa vontade. Nunca tivemos a intenção de parar ou nos afastar dos Selvagens à Procura de Lei. As redes sociais dos Selvagens à Procura de Lei foram sequestradas e derrubadas. Quaisquer notas divulgadas nelas não representam nossos interesses ou posicionamento. Nós somos os Selvagens à Procura de Lei. Seguiremos em frente na defesa de nossos direitos e em breve estaremos em cima do palco mandando o nosso som. Gratos, Caio, Rafael e Nicholas."
Em contrapartida, Aragão postou uma nota nas redes sociais que dizia:
"Sinto muito que tenha sido assim. Tentei muito manter a nossa parceria, mas as coisas infelizmente chegaram a esse ponto. Meu compromisso é com os fãs da banda. A vocês eu devo tudo. Mas toda história tem outro lado."
Rafael, Caio e Nicholas ainda não se pronunciaram sobre a volta da banda apenas com Gabriel. Os três tocaram juntos durante um momento de um show realizado por Martins para lançamento de seu novo álbum solo, Dunaduna, em Fortaleza.
O novo álbum do Selvagens à Procura de Lei
De acordo com comunicado oficial, as músicas do novo álbum Y começaram a ser criadas durante o processo de hiato do Selvagens à Procura de Lei. Como as canções refletem "uma despedida e um recomeço", Gabriel Aragão optou por escolher a penúltima letra do alfabeto latino como título, pois representa "um caminho que se bifurca".
Prometendo participações especiais no disco, o vocalista e guitarrista afirmou:
"Depois de ter tomado a decisão de dar um tempo na banda, no ano passado, me recolhi das redes sociais e mergulhei fundo escrevendo música atrás de música. No início, era questão de sobrevivência: eu tinha que escrever aquelas músicas, colocar pra fora o que eu estava sentindo, toda a minha dor. Tudo foi surgindo de forma extremamente natural: muito rock no canto, nas guitarras, na bateria. Quando estava produzindo a terceira ou quarta canção, me dei conta de que aquele material não era para carreira solo, era, sem dúvidas, um disco dos Selvagens à Procura de Lei. Senti um frio na espinha, mas aquele frio bom semelhante a antes de subir no palco: é algo que você tem que fazer."
Formado em 2009, o Selvagens à Procura de Lei tem quatro álbuns de estúdio lançados: Aprendendo a Mentir (2010), Selvagens à Procura de Lei (2013), Praieiro (2015) e Paraíso Portátil (2019). O catálogo inclui ainda um disco ao vivo, Na Maloca Dragão (2019), bem como os EPs Talvez eu Seja Mesmo Calado, mas eu sei Exatamente o que eu Quero (2010), Suas Mentiras Modernas (2010) e Lado C (2011). Tais registros foram disponibilizados de forma independente, exceção feita ao disco homônimo de 2013, que saiu pela Universal Music.
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