Seu Jorge não quer tocar em favela para evitar desafetos
Cantor deixou Belford Roxo em 1990, logo após a morte precoce de seu irmão, e não pretende voltar visitar o local tão cedo
De Belford Roxo para o mundo, o cantor Seu Jorge se tornou um dos maiores artistas brasileiros reconhecidos internacionalmente. Mas isso não o faz esquecer o duro passado na favela, como deixa claro em uma entrevista publicada pelo site britânico The Guardian às vésperas de sua participação no Sydney Festival, na Austrália.
Da piscina de um hotel luxuoso, o cantor relembrou momentos difíceis em sua vida antes do sucesso, como a morte do irmão, na época com 16 anos, em um tiroteio entre polícia e traficantes. Apesar de ter participado de projetos que falam sobre a vida na favela, na vida real seu ressentimento ainda existe. "Tenho feito filmes e falado dessas histórias, mas, como artista, nunca toquei em favelas porque eu trabalhei muito para escapar disso", diz.
Outro receio de voltar ao local de sua juventude é a de encontrar supostos desafetos. "Eu não quero voltar porque se eu for os 'grandões' vão dizer algo tipo 'eu quero conhecer o Jorge'", contou o cantor, em referência aos chefes do tráfico.
Seu Jorge deixou o local em 1990 e em seguida ganhou um "padrinho" na carreira musical, o saxofonista Paulo Moura. O músico o convidou para integrar seu time de compositores e foi aí que sua vida sofreu uma reviravolta. Hoje, aos 44 aos, o cantor mora em Los Angeles com a esposa Mariana e as duas filhas.
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