Sting comenta por que músicas tocadas ao vivo precisam ficar quase irreconhecíveis
Cantor e baixista busca trazer novidades a cada lançamento do tipo e trabalha com instrumentistas que improvisam muito no palco
Pergunte para o público de um show e tire a prova: é comum que pessoas procurem ouvir performances ao vivo parecidos com a versão de estúdio das músicas. Sting pensa diferente: para o ex-The Police, o que se toca no palco deve ser o mais diferente possível do que foi gravado originalmente.
Em 1999, o vocalista e baixista concedeu uma longa entrevista para a Billboard (via Far Out Magazine). Na ocasião, foi perguntado sobre seu primeiro disco ao vivo, Bring On the Night (1986), que traz versões bem diferentes para faixas de sua carreira solo e também do The Police.
O maior exemplo disso é a canção "We Work the Black Seam", que ganhou uma total reinterpretação em relação à original, do álbum The Dream of the Blue Turtles (1985). Sting explicou:
Você está certo, e eu não vejo o ponto em lançar um disco ao vivo que vai ser apenas uma cópia do que já foi gravado. Eu acho que a versão gravada original de uma música é meramente a base, o ponto inicial para uma exploração. Não é um souvenir do passado."
O músico garantiu que jamais lançará um disco ao vivo em que as canções sejam interpretadas exatamente iguais às versões de estúdio. Ele completou:
Se eu fizer mais um álbum ao vivo, novamente vou usar as músicas apenas como uma estrutura, porque esse é o tipo de músico que eu uso: pessoas que gostam de improvisar e podem encontrar um novo território criativo em outro continente musical."
Os álbuns ao vivo de Sting
Bring On the Night (1986) foi o primeiro lançamento gravado ao vivo por Sting já como artista solo, embora também apresente material do The Police. Já em Acoustic Live in Newcastle (1991), nada de músicas da antiga banda: o tracklist é curto, com 4 faixas solo e um cover de "Ain't No Sunshine", de Bill Withers.
Em ...All This Time (2001), o inglês voltou a misturar canções solo com músicas do trio que o consagrou. The Journey and the Labyrinth (2007) é o resultado da colaboração com o bósnio Edin Karamazov. Já Live in Berlin (2010) traz uma apresentação do músico com a Royal Philharmonic Concert Orchestra. O ao vivo mais recente do artista é Live at the Olympia Paris (2017).
Com o The Police, Sting aparece em Live! (1995), que traz shows gravados entre 1979 e 1983, além de Certifiable: Live in Buenos Aires (2008), gravado na capital argentina durante a turnê de reunião. Around the World (2022) acompanha um documentário de mesmo título e também foca nos primeiros anos da banda.
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Colaborou: André Luiz Fernandes.